Sinais de ter bebido, sem habilitação e manobra errada: as falhas no acidente com jangada

Delegada ouve testemunhas e apura as irregularidades na embarcação que realizava passeio noturno
Delegacia responsável pela apuração e bombeiro fazendo resgate: por serem águas abrigadas (protegidas pelos recifes de coral presentes na região), o passeio é considerado seguro, condições que, curiosamente, não estão presentes a poucos metros adiante (sentido norte). (Foto: reprodução)

O condutor da jangada que adernou na última quarta-feira (26) era contratado pelo dono para fazer os passeios e não possuía habilitação.

Além disso, uma testemunha afirmou que o jangadeiro que conduzia a embarcação apresentava sinais de que tinha bebido, antes de iniciar o passeio.

E de que, pelo estado em que se encontrava, teria até sido “alertado para não realizar o passeio”.

Na condução, o jangadeiro fez uma manobra errada; o que segundo pessoas ouvidas pela polícia, pode ter levado ao acidente.

A atração, conhecida como “Banho de lua” consiste em fazer incursões noturnas pelas enseadas da Ponta Verde e início da Jatiúca.

Por serem águas abrigadas (protegidas pelos recifes de coral presentes na região), o passeio é considerado seguro porque não há ondas ou ventos fortes que possam fustigar as embarcações.

Durante os passeios, geralmente regados a bebida e diversão pelos participantes e uma das pedidas requisitadas por turistas, bem como por nativos, é comum os participantes descerem das embarcações e mergulharem próximo – já que, pela mesma condição da praia, não é possível alcançar profundidades arriscadas.

Esta mesma formação se vê na enseada de Pajuçara, motivo pelo qual é escolhida para a parte náutica de provas de triatlo.

Mas, curiosamente não estão presentes a poucos metros adiante (sentido norte) do ponto onde aconteceu o acidente: na praia de Jatiúca, no trecho compreendido entre as avenidas Jatiúca e Álvaro Calheiros.

Neste trecho, a praia é de mar agitado e no segmento final, há uma formação conhecida por banhistas e demais frequentadores como “bacia”, onde já houve casos de afogamentos fatais.

Investigação

A denúncia sobre o jangadeiro está nas investigações já iniciadas pela Polícia Civil e presididas pela delegada Lucy Mônica.

A titular do 2º Distrito Policial da Capital (2 DP), ouviu, na última sexta-feira (27), as primeiras testemunhas sobre o acidente.

Os levantamentos mostraram que todos os passageiros que estavam na jangada são da mesma família do dono da embarcação, que também estava entre eles.

Todos moram em Maceió.

Também há informações de que a jangada entrou no canal em uma posição contrária, quando deveria ter entrado de frente, o que teria causado o acidente.

Foram apontadas irregularidades na jangada, o que deve ser confirmado pela Marinha do Brasil.

ASCOM PC

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