Sergio Mendes, que espalhou a bossa nova pelo mundo, morre aos 83 anos

Em 60 anos de carreira, músico se tornou o brasileiro mais ouvido nos EUA, ganhou Grammy e foi indicado ao Oscar
Em 60 anos de carreira, ele se tornou o brasileiro mais ouvido nos EUA, ganhou Grammy e foi indicado ao Oscar. Morte foi confirmada pela família do pianista e a causa não foi revelada. (Foto: reprodução / Katsunari Kawai / divulgação)

Sergio Mendes morreu aos 83 anos nesta quinta-feira (5), em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde morava desde os anos 60.

Segundo comunicado da família, “nos últimos meses, sua saúde foi debilitada pelos efeitos da covid longa”.

Músico brasileiro que mais fez sucesso nos Estados Unidos em todos os tempos, ele colaborou com grandes ícones do jazz (Herb Alpert, Cannonball Adderley), com artistas do pop americano (Stevie Wonder, Justin Timberlake, Black Eyed Peas, John Legend) e da MPB (João Donato, Hermeto Pascoal).

Em 60 anos de carreira com 35 álbuns lançados, Mendes ganhou o Grammy e foi indicado ao Oscar em 2012 pela música “Real in Rio”, trilha da animação “Rio”, feita em parceria com Carlinhos Brown.

Nascido em Niterói (RJ) em 11 de setembro de 1941, ele se mudou para os Estados Unidos em 1964.

Nenhum brasileiro fez tanto sucesso nas paradas americanas quanto ele.

Ao todo, o pianista levou 14 músicas ao top 100 americano, quatro delas nos anos 80 e dez nos anos 60.

“Acho que a diferença foram as grandes melodias que você lembra. Não foi só um ritmo, só uma jogada de marketing”, disse ele ao G1, em 2020.

O pianista já ficou duas vezes no top 4 do ranking da revista americana “Billboard: em 1983, com “Never Gonna Let You Go”; e 1968, com “The Look of Love”.

Em 1966, lançou sua gravação mais conhecida: “Mas que nada”, de Jorge Ben Jor, em verão bossa nova.

Em 2006, a música foi remixada pelo Black Eyed Peas com participação do próprio Sergio.

Na entrevista ao G1, Sergio também explicou como a parceria com o Black Eyed Peas o apresentou para novas gerações.

“Will.i.am que veio até a minha casa, falou que era fã, que ouvia minha música desde garoto”.

“Eu gostei muito dele, nos tornamos amigos”.

“Aconteceu por meio desses encontros assim, que não foram programados, mas que deram certo”, disse o músico.

“Minha vida é muito feita por esses encontros, seja com Frank Sinatra, com Will.I.Am”.

“Eu sou anti fórmula”.

“Eu sigo muito a minha intuição e sou muito curioso”.

“E essa curiosidade que me leva a isso, a encontrar essas pessoas e ter essa troca musical.”

Em 1971, Mendes se tornou um dos brasileiros a se encontrar com Elvis Presley.

O encontro aconteceu durante a temporada do rei do rock em Nevada, no Midnight Show.

Em toda a carreira, ele lançou 35 álbuns.

O último disco foi “In the Key of Joy”, de 2020, criado a partir de colaborações com outros artistas como João Donato, Hermeto Pascoal e Guinga.

No mesmo ano, ele também foi tema de um documentário de mesmo nome.

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