Presa chefe de facção que ordenava mortes por videoconferência

Uma das vítimas foi “julgada” e executada dentro de um barraco de lona; cabeça do bando, de SP, foi presa ao vir a Alagoas
Agentes da PC cumprem ordem de prisão contra a acusada, localizada e presa em Piaçabuçu, no bairro São Francisco, e barraco em que adolescente foi “julgada” e executada, numa comunidade do Benedito Bentes, em Maceió. (Foto: reprodução / divulgação/PC-AL)

A Polícia Civil prendeu uma mulher suspeita de integrar o comando de uma célula que trafica drogas e pratica outros crimes em Alagoas.

A prisão foi cumprida no município de Piaçabuçu, extremo sul do Estado, nessa quinta-feira (17).

De acordo com a polícia, a mulher de 37 anos mudava constantemente de aparência para não ser identificada e possuía diversos apelidos dentro do gerenciamento da facção criminosa, entre eles “Damares” e “Sabrina”.

Atualmente ela trabalhava em uma ótica no centro da cidade.

As investigações apontam que em 2019 a acusada respondia pelo comando do tráfico de drogas na cidade de Cotia, em São Paulo.

À época ela foi presa em flagrante. Um ano após o fato, em 2020, ela foi relacionada pelo Ministério Público do Estado (MP-AL) como a segunda no comando de uma facção, sendo condenada a sete anos e seis meses de prisão.

Apesar de morar em São Paulo, a acusada coordenava as ações do grupo em Alagoas, por meio de videoconferência.

A Polícia Civil informou ainda que a mulher teria orquestrado a morte de duas adolescentes, suspeitas de integrarem facções rivais, em Alagoas.

Entre as vítimas está Maria Vitória Conceição Leite, que foi assassinada em 20 de abril de 2020 no bairro do Benedito Bentes, em Maceió.

Ela foi levada para um barraco onde foi confrontada pelos criminosos que filmaram todo o “julgamento”, até a morte.

Por esse crime, a acusada responde a um processo por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e organização criminosa.

A morte da outra adolescente ainda está sendo investigada pelos policiais.

Após a prisão, a mulher foi encaminhada para a Delegacia Regional de Penedo, para a realização da audiência de custódia.

A Polícia Civil apreendeu também o celular dela e, como ela se negou a fornecer a senha de acesso, o aparelho deve ser encaminhado à Perícia Oficial do Estado.

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