A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (21) uma operação para desarticular organização criminosa formada por policiais militares da Bahia e Pernambuco, proprietários de lojas de armas e munições e CACs (colecionadores de armas, atiradores desportivos e caçadores).
A operação, batizada de Fogo Amigo, investiga uma quadrilha suspeita de vender armas e munições de forma ilegal para facções criminosas nos estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas.
Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, comercialização ilegal de armas e munições, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
As penas, somadas, podem chegar a 35 anos de reclusão.
A Justiça determinou o cumprimento de 20 mandados de prisão, dos quais 18 já foram cumpridos até as 9h desta terça.
Também estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão nos três estados nordestinos.
Foi deferido o sequestro de bens e bloqueio de recursos dos investigados que chegam a R$ 10 milhões.
Ainda foi determinada a suspensão das atividades de três lojas que vendiam material bélico de forma irregular.
A operação envolve a PF, Exército, Polícia Civil da Bahia, além das Polícias Militares e Ministérios Públicos estaduais da Bahia e Pernambuco.
Cerca de 325 pessoas estão envolvidas na operação.
Durante a operação, o Exército realizou fiscalização em outras lojas de armas nos municípios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).
PF em SP: CACs deviavam armas para PCC
A Polícia Federal e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) fazem operação na manhã desta terça-feira (21), em quatro estados, contra CAC’s (colecionador, atirador desportivo e caçador) suspeitos de fornecer armamentos e munições para quadrilha do Novo Cangaço.
No total, foram cumpridos 13 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão domiciliar em São Paulo, Osasco, Santo André, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Piracicaba, Mairinque, Buri, Xique-Xique (BA), Timon (MA) e Corrente (PI).
Segundo o Gaeco, 11 alvos da operação foram presos até as 9h desta terça. Dois seguem foragidos.
Outras três pessoas foram presas em flagrante durante a operação.
A investigação começou depois de uma tentativa de roubo em abril de 2023, na cidade Confresa, em Mato Grosso. Na ocasião, cinco suspeitos foram presos e 18 mortos no confronto com as forças de segurança.
Segundo a Promotoria, essa e outras ações semelhantes foram financiadas por integrantes do PCC que atuam no tráfico de drogas e na lavagem de dinheiro.
Além disso, a investigação revelou que os principais fornecedores de armas e munições utilizadas pelo PCC são CACs.
A operação também conseguiu o bloqueio de contas e o sequestro de bens no valor de até R$ 4 milhões.
João Pedro Pitombo — Folhapress