Perícia confirma que professora morreu envenenada

Marido é o suspeito pelo crime; segundo a polícia, Joice dos Santos Silva Cirino passou mal após comer uma coxinha dada por ele; casal estava em processo de separação
Joice dos Santos Silva Cirino morreu envenenada, confirma exame pericial, realizado pela POCAL. (Foto: reprodução / arquivo pessoal)

A Polícia Científica do Estado de Alagoas informou nesta sexta-feira (18) que a professora que morreu após comer uma coxinha dada pelo marido foi envenenada.

Uma perícia foi feita no corpo de Joice dos Santos Silva Cirino, de 36 anos, e foram encontrados vestígios de pesticida e raticida.

O crime aconteceu na cidade de São Brás região do médio São Francisco.

“Foram encontradas duas substâncias classificadas como altamente tóxicas, ambas são de comércio proibido em território nacional”.

“Só esse ano foram três casos [de mortes em Alagoas] com essa mesma substância, no ano passado foram 6 mortes”.

“É preciso ter uma fiscalização para o uso irregular dessa substância”, disse o perito criminal Thalmanny Goulart.

A perícia analisou apenas o conteúdo estomacal de Joice, já que o que sobrou da coxinha foi descartado pelo marido dela.

A principal linha de investigação da Polícia Civil é que o marido tenha colocado veneno no salgado, já que Joice passou mal após comer o alimento oferecido pelo marido.

Ele foi preso preventivamente suspeito do crime, mas nega que tenha envenenado a esposa.

Relatos de familiares apontam que Joice vivia um relacionamento abusivo e que temia ser envenenada.

O casal estava em processo de separação.

“Agora nós conseguimos comprovar cientificamente que houve o crime, ela foi morta e envenenada por uma terceira”.

“O trabalho do inquérito policial é provar que o marido dela, que é a nossa principal linha de investigação, cometeu esse feminicídio, ele a envenenou usando essas substâncias”, disse o delegado Rômulo Andrade.

A professora passou mal logo após comer o lanche, que também foi oferecido ao filho.

Ela foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade vizinha, Porto Real do Colégio, mas morreu na unidade.

A equipe médica acionou a polícia por suspeita de morte por envenenamento.

“Um lanche que ele levou para casa, inclusive, que ele ofertou não só somente a ela, mas ao filho também”.

“Ele simplesmente comprou e ofereceu para os dois”.

“Ela comeu e passou mal, e graças a Deus, o menino optou por comer uma sopa que ela tinha preparado”.

“Existem áudios dela”.

“Ela me informava, ‘Luana, se eu passar mal, foi ele que me trouxe, ele me deu esse açaí. Ele me deu isso aqui para comer”, disse a irmã da vítima, Maria Luana Alves.

Homenagem dos alunos

Várias homenagens foram realizadas por estudantes do colégio em que a professora trabalhava.

Os alunos colaram cartazes e fotos nos portões da escola, com mensagens de saudade e pedidos de justiça pelo crime.

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