Um acordo entre a Polícia Civil de Alagoas e cinco influenciadores digitais e assessores investigados por promover o Jogo do Tigrinho por meio de “contas demo” garantiu a criação de um fundo de mais de R$ 1 milhão para ressarcimento de vítimas.
A investigação começou em junho por meio da operação Game Over, que tinha como alvo influenciadores que participavam de um esquema de promoção ilegal de jogos por meio de plataformas digitais, utilizando “contas demonstração” que simulavam apostas reais, porém tinham o objetivo de captar apostadores de forma irregular, causando prejuízo financeiro e emocional a diversas pessoas.
Bens e valores apreendidos dos investigados somaram mais de R$ 38 milhões.
Segundo o delegado Lucimério Campos, titular da Delegacia de Estelionato, cerca de 50 vítimas procuraram a polícia e comprovaram que perderam valores que variam de R$ 1.500 a mais de R$ 500 mil ao se cadastrarem na plataforma de apostas com os links divulgados por esses influenciadores.
“Até 50 pessoas mais ou menos procuraram a delegacia”.
“Os valores são variados”.
“Nós temos profissionais liberais, empresários, pessoas mais simples, trabalhadores”.
“Elas agora vão poder fazer parte desse fundo e, conforme orientação do Judiciário, resgatar os valores que comprovaram ter perdido em relação ao Jogo do Tigrinho”, disse o delegado.
Com o acordo, a Polícia Civil encerrou a investigação. Além da criação do fundo para reparar as perdas das vítimas, os influenciadores pagaram uma multa ao Estado, por meio de doação de bens e equipamentos e construção de uma sede para a Delegacia de Estelionatos em Maceió.
“Toda ação penal tem uma multa compensatória em desfavor das pessoas que são julgadas e condenadas”.
“Nesse caso não vai haver julgamento nem condenação porque houve um acordo de colaboração premiada que faz com que os investigados não sejam denunciados, mas o fato deles não serem denunciados não os eximem de pagar a multa compensatória ao Estado”, afirmou o delegado.
Lista de jogos autorizados
Na época da operação Game Over, plataformas de apostas na internet como o Jogo do Tigrinho eram ilegais, mas o Ministério da Fazenda definiu regras para caça-níquel, crash, roleta e outras apostas na internet. Portaria publicada no dia 31 de julho enquadrou modalidades na categoria jogos online, legalizada pela lei das bets.
G1 / AL e TV Gazeta de Alagoas