O Tribunal do Júri condenou a 26 anos e oito meses de prisão o homem acusado de jogar álcool 70% e atear fogo à esposa dentro de casa no Village Campestre II, em Maceió, em 2022. Thiago dos Santos Silva, 28 anos, foi julgado nesta quinta-feira (23).
Polyana de Medeiros e Silva, 23 anos, sobreviveu ao ataque, mas sofreu queimaduras de segundo grau.
Segundo os autos, Thiago agrediu e pôs fogo no corpo de Polyana na frente dos filhos do casal. Ela correu nua para a rua com o corpo em chamas, foi espancada e teve os cabelos puxados pelo marido.
Depois de atear fogo na esposa, segundo relato de parentes, Thiago fugiu com a filha de três meses do casal, mas depois devolveu a criança. Outro filho da vítima, um menino, presenciou a mãe ser queimada.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MP-AL), Thiago rentou matar a vítima por motivo fútil, por causa do ciúme que nutria por ela. Executando o crime na presença dos filhos.
“Esse júri significou que a sociedade repudia essa forma brutal de homens que insistem em manter a companheira como objeto de posse e, costumeiramente, agredi-las”, disse a representante do Ministério Público no caso.
“Trouxe para reflexão o encorajamento das mulheres no tocante às denúncias”, enfatizou a promotora de Justiça Adailza Freitas.
“Esperamos que a pena consiga intimidar aqueles que agredirem suas companheiras”, acrescentou.
“Ressaltando que a pena reprimenda é mais severa quando as agressões ocorrem na presença de descendente e/ou ascendente – no caso em comento, o filho à época, de 5 anos de idade, presenciou quando a mãe com o corpo em chamas, corria para rua desesperada buscando socorro”, afirmou a promotora.
Na época do crime, Polyana já tinha registrado um Boletim de Ocorrência e tinha uma medida protetiva contra o marido, mas reatara o relacionamento.
A promotora Adailza Freitas ressaltou o perigo ao qual a mulher é submetida quando oferece chances de reconciliação com homens agressores.
“Diante das agressões que vinha sofrendo, a vítima teve coragem e denunciou, requereu medida protetiva, no entanto, pouco tempo após, como quase sempre acontece, ela decidiu dar mais uma chance. O réu prometeu não mais agredi-la, no entanto a violência teve continuidade. Sabemos que a agressão física é o prenúncio para o homicídio”, afirmou.
G1/AL