Diversificar: a estratégia dos EAU para não se prender ao petróleo

Sede da Conferência do Clima, país investe em energia renováveis – uma das pautas de debates
Símbolo de pujança mundial: país vive do petróleo, mas, procura diversificar; grandes debates sobre questões climáticas (como a COP, da qual foi sede) passam exatamente pela substituição – e gradativa extinção – dos combustíveis fósseis. (Foto: reprodução)

Sede da mais recente conferência sobre tema que monopoliza a atenção mundial, a COP–28 (sobre questões climáticas), os Emirados Árabes Unidos (EAU) têm se destacado na economia.

Não pela pujança que virou sua característica há mais de década – vinda de arranha-céus a ilhas artificiais, luxo a pistas de gelo em pleno deserto.

Mas, pela estratégia econômica adotada pelo pequeno país do mundo árabe: diversificação.

Modelo que, ainda assim, garante – mesmo com a pujança – índices de crescimento invejáveis: de acordo com indicadores internacionais, o país cresceu 7,46% em 2022, percentual comparável ao da China, no auge do salto que a colocou na condição de potência mundial e algo a se destacar, em particular, na atual conjuntura mundial, “de conflitos e divisões” – diferente da ascensão chinesa.

Os EAU são o sétimo maior produtor mundial de petróleo e detém 10% das reservas mundiais.

Porém, definiu como estratégia econômica diversificar, aliado a um pragmatismo focado em fazer negócios.

Como não dispõem de outra matriz energética, usa a quem tem: mas, investe o que advém do petróleo em outros segmentos.

Para os analistas, a escolha deu certo – porque traduzida em números: no segundo trimestre de 2023, os setores não ligados ao petróleo tiveram crescimento de 12% e passaram a representar quase metade do PIB.

Com a diversificação, o país já alcançou a condição de potência em logística, mas, continua investindo em energia renováveis, comércio, setor financeiro e tecnologia.

Os mesmos indicadores apontam que os EAU são o terceiro hub mundial em inteligência artificial, atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

Com informações de Albert Steinberger

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