O cantor Rafa Diniz, que morreu afogado no Rio São Francisco na sexta-feira (21), estava prestes a dar um novo passo na carreira: gravar seu primeiro EP visual.
Um EP visual combina músicas e vídeos.
É um formato mais curto do que um álbum completo.
Jhaimerson Juvenal, que adotou o nome Rafa Diniz, tinha 22 anos e era de Petrolina, do sertão pernambucano.
Ele se dedicava havia três anos à carreira musical, com foco no arrocha.
O pai, João Nilson, era uma das inspirações do cantor, conta o produtor musical e amigo Jhonny Silva, conhecido como “GG da mídia”.
João Nilson não se profissionalizou, cantava em casa, e Rafa Diniz dizia que que realizaria o sonho do pai de ser cantor.
Segundo o produtor, Rafa se dedicava aos shows e à família, com uma rotina intensa de ensaios e apresentações.
Rafa Diniz dizia que queria estourar para “dar o mundo” para as filhas, Maria Cecília Souza (1 ano e 8 meses) e Maria Vallentyna Souza (6 anos).
O artista já tinha sete discos lançados.
Seus principais sucessos são: “E Agora Sonho Meu” (2025), “Aliança” (2025), “Plantão no Boteco” (2024) e “Mulher Segura” (2023).
Rafa Diniz era conhecido em Petrolina e no interior da Bahia.
O produtor Jhonny acredita que o EP traria uma nova perspectiva, pois as músicas novas estavam sendo bem recebidas em outros estados, como Maranhã e Ceará.
“A virada de chave era esse EP”, lamenta o produtor.
Para o produtor e amigo, Rafa se destacava pela relação com o público. “Ele saía do palco, ia na mesa brincar com as pessoas, cantava com os aniversariantes, era pura alegria.”
O cantor estava na Ilha do Fogo, localizada entre Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), estudando o cenário para a gravação do EP, que seria no domingo (23), quando se afogou.
O artista deixa a esposa Rafaela Carolina Cavalcante e as duas filhas pequenas.
O que aconteceu com Rafa Diniz
O produtor Jhonny Silva disse que Rafa Diniz resolveu saltar da pilastra da ponte Presidente Dutra.
O artista realizou o primeiro salto com sucesso, mas, quando retornava para a pilastra para um segundo pulo, acabou se afogando.
O corpo foi localizado pelos bombeiros.
“Ele quis retornar para a pilastra, eu acho, para pular de novo”.
“Quando ele retornou, uma correnteza pegou ele”.
“Aí, a gente percebeu que ele não estava conseguindo sair do lugar, que a correnteza estava prendendo ele”.
“Como a gente estava lá em cima da ponte, a gente correu para tentar fazer alguma coisa”.
“Quando a gente chegou lá embaixo, ele já tinha sumido”.
“Aí, a gente arrumou um mergulhador; rodou, rodou, mas não encontrou”, conta o amigo.
Paula Paiva Paulo — Redação / G1