Atacante gremista ainda teve que ir a Juizado Criminal do estádio

Gol anulado, confusão no VAR e expulsão: casos na épica e tensa classificação do CSA sobre o Grêmio (RS) — em Porto Alegre
Dois lados, após desfecho, ainda no gramado: a comemoração azulina e a revolta gremista, expressa na tentativa de intimidação do árbitro, que acabou em expulsão. (Foto: reprodução / redes sociais; reprodução / Maxi Franzoi / AGIF)

O CSA segurou o empate em 0 a 0 com o Grêmio (RS) na noite desta terça-feira (20), na Arena, e se classificou às oitavas de final da Copa do Brasil, beneficiado pela vitória por 3 a 2 no jogo de ida, em Maceió.

No fim da partida, um gol para o time gaúcho anulado gerou polêmica, confusão e expulsão.

Dirigentes foram para cima da arbitragem ainda no gramado.

Os bastidores da Arena estiveram acalorados.

O relógio marcava 43 minutos do segundo tempo quando, em escanteio pela esquerda, Aravena aproveitou bate-rebate na pequena área e mandou a bola para o fundo da rede.

Os gremistas comemoraram o placar que levaria a decisão para os pênaltis.

Mas o árbitro Matheus Candançan anulou o lance, apontando falta.

Então, os tricolores se desesperaram. Kannemann, capitão e principal envolvido no lance em que se bate com Igo Bahia, gesticula para o juiz analisar no VAR.

Candançan decide verificar no vídeo e mantém a decisão de campo: falta do zagueiro no jogador do CSA.

Revoltado, o centroavante Arezo dá uma peitada no homem do apito e recebe cartão vermelho.

Depois do apito final, o tumulto continuou até os corredores da Arena, com mais indignação dos donos da casa, inclusive de dirigentes do alto escalão.

“Alguém tem que entender por que eles fazem isso”.

“Alguma razão tem que ter, porque não é possível”, gritou o vice-presidente e membro do Conselho de Administração Eduardo Magrisso.

Bastidores quentes

Quando o jogo terminou, os jogadores cercaram a equipe de arbitragem ainda no gramado.

No caminho para o túnel, já com proteção policial, o árbitro foi alvo de protesto do diretor de futebol Guto Peixoto, empurrado pelos policiais.

Na zona mista, o vice-presidente Eduardo Magrisso bradou também contra a decisão.

Antes, no gramado, havia sacado a carteira do bolso e direcionado para o árbitro Matheus Candançan.

Depois, foi encontrada uma nota de R$ 2 no gramado.

O árbitro, aliás, recebeu proteção policial também nos corredores da Arena.

O vestiário da equipe de arbitragem é na frente do espaço do Grêmio (RS), por isso a precaução.

Na passagem para o reduto gremista, era nítido o barulho de batidas em portas e objetos jogados no chão.

Kannemann e Volpi foram as vozes das reclamações e mostraram indignação, apesar da atuação abaixo.

O goleiro declarou que o time tem que jogar contra 11 adversários e, também, “contra a arbitragem”.

O atacante Pavon ainda precisou comparecer ao Juizado Criminal da Arena acompanhado do vice de futebol Alexandre Rossato e do advogado Jorge Petersen.

Conforme relato, o jogador teria tentado cuspir no árbitro, mas acabou por acertar um policial.

Rafael Favero — Porto Alegre

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