O advogado Thiago Pinheiro, representante legal de uma das vítimas de ataques de André Miranda, informou que já existe mais uma ação penal privada em andamento contra ele e que, por mais este processo, vai pedir a manutenção da prisão preventiva de André.
Do representado juridicamente por Pinheiro – o empresário Gustavo Malta – as acusações contra o autor dos tiros são pelo crime de ameaça.
Miranda está preso e nessa sexta-feira (02) teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva – em tese, uma modalidade que dura o tempo do processo, mas, na prática, não tem prazo definido.
Ele tinha sido preso em flagrante na véspera (1º), após fazer disparos contra a casa da ex-prefeita de Maceió e secretária de Estado, Kátia Born.
Um dos tiros atingiu o carro da ex-prefeita, que estava na garagem da casa, em condomínio em Guaxuma, onde a gestora mora com sua companheira, professora Mara Ribeiro, Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da Uncisal (Universidade de Ciências da Saúde do Estado de Alagoas).
O autor dos tiros mora no mesmo condomínio.
“Não nos surpreendeu, na qualidade de advogado de uma das vítimas, a prisão do cidadão André Miranda, que já estava se tornando uma espécie de ‘pop star’, reconhecido por ataques infundados, impropérios e disparates contra todos contra quem seu humor indicasse”, disse o advogado, em pronunciamento gravado, pedido pelo portal.
“A prisão preventiva se apresenta fundamentada: a reiteração criminosa, os ataques a membros da alta corte do Tribunal de Justiça local, ao Ministério Público, a empresários, a todos que o humor dele indicasse como alvo”, reiterou Pinheiro.
“Mas, não se limitava a esse tipo penal: eram também, crimes de ameaça, homofobia, racismo – tudo, por meio da Internet, era produzido, criminosamente”, enfatizou.
“Na qualidade de advogado, estamos com uma ação penal privada em curso, pedindo a manutenção da prisão preventiva dele”, acrescentou o advogado.
“E quanto à alegação de que ele seria doente mental e não teria capacidade para responder por esses delitos, acredito que só um laudo médico oficial do estado, através da provocação de um incidente de insanidade mental, poderá comprovar ou afastar essa possibilidade de responder penalmente”, destacou.
“Agora, ele possuía muita lucidez, quando gravava os vídeos, de maneira irônica e, às vezes, tomado de cólera, provocando, humilhando e aviltando, chamando para duelos físicos aqueles que ele elegia como seus desafetos”, acrescentou o advogado.
Atropelamento e fuga
Na última quinta-feira (1º), a Polícia Civil de Alagoas se deparou com outra atitude com extrema agressão protagonizada por pessoa dominada de ira.
Nas diligências para localizar e prender o autor do atropelamento em que morreu a ciclista Carla Geovanna, num trecho da BR–316, em Pilar, a polícia teve de enfrentar reação à prisão e encontrou o autor com armas e munição.
Tendo à frente a titular do 23º DP (Pilar), delegada Maria Angelita, uma força-tarefa que incluiu agentes, PMs do 2º Batalhão e apoio da Guarda Municipal local identificou o autor do acidente, que fugiu por um canavial e resistiu à ordem de parar.
Só depois de estourar os pneus do veículo, ele foi contido: a polícia constatou que o homem, de 37 anos que não possuía habilitação, portava na cintura uma pistola calibre nove milímetros e no carro tinha uma espingarda calibre 12.
A polícia também encontrou comprimidos de Rupinol, Potenay e outros medicamentos, rádio comunicador, soco inglês, faca, e diversas munições.
Na mesma data, à noite, André Miranda, em mais um ato descontrole de sua parte, fez os disparos em Guaxuma – um dos quais atingiu o vidro de trás do veículo da ex-prefeita de Maceió.
Após a prisão, redes sociais trouxeram outros vídeos em que Miranda se apresenta descontrolado, pelas ruas do condomínio e afrontando autoridades.
“Agora, ele possuía muita lucidez, quando gravava os vídeos, de maneira irônica e, às vezes, tomado de cólera, provocando, humilhando e aviltando, chamando para duelos físicos aqueles que ele elegia como seus desafetos”, ratificou o advogado Thiago Pinheiro, sobre a prisão de André Miranda.
“Portanto, a prisão [preventiva] é fundamentada e serve para desestimular outros que pensam em usar as redes sociais para a prática de crimes”, acrescentou o advogado.
A reportagem, mais uma vez, procurou ouvir a defesa de Miranda, mas, seus representantes legais não foram localizados.