Adolescente depõe contra o pai em julgamento por assassinato da mãe

No júri, ao ser interrogada, apontou comportamento violento dele em casa: “me bateu com muita força”
Advogada Maria Aparecida da Silva Bezerra foi morta a facadas dentro de casa; defesa do réu alega insanidade mental. (Foto: reprodução)

Ana Beatriz Bezerra da Silva, de 15 anos, prestou depoimento nesta terça-feira (6) no júri onde o seu pai aparece como réu pelo assassinato da sua mãe.

A adolescente falou sobre o histórico de violência de Alison José Bezerra da Silva, acusado de matar a advogada Maria Aparecida da Silva Bezerra, no bairro do Antares, em Maceió.

Durante o seu depoimento, a adolescente relatou que os pais viviam um relacionamento conturbado e que Maria Aparecida era vigiada por câmeras de monitoramento quando o pai não estava em casa.

A adolescente citou episódios em que ela e o irmão, de 12 anos, foram agredidos.

“Uma vez o carro estava com poeira e, como de costume, escrevi o meu nome nele e ele me bateu com muita força por isso”.

A menina disse ainda que Alisson agrediu a sua avó materna.

A adolescente reconheceu que a mãe era dependente emocional e que não conseguia pôr um fim ao relacionamento.

Chamando o pai sempre pelo primeiro nome durante todo o depoimento, Ana Beatriz disse que só descansaria quando o assassino de sua mãe fosse condenado.

“Estou preparada para ir até o fim lutando por ela”.

“Não vou descansar até o assassino dela ser condenado”, disse.

Alison Bezerra matou a esposa Maria Aparecida com 14 facadas, na manhã de 21 de julho de 2022, na casa da família no loteamento Casa Forte, no bairro do Antares.

Ele é acusado de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e feminicídio).

Durante depoimento nesta terça, a defesa do réu alegou insanidade mental e colocou um psiquiatra para prestar depoimento a favor de Alisson, mas o profissional foi dispensando pelo júri.

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