O Brasil perdeu nesta semana três ícones da crônica esportiva: o narrador Silvio Luiz, o apresentador Antero Greco e o radialista Washington Rodrigues, também conhecido como Apolinho.
Silvio Luiz morreu nesta quinta-feira (16), aos 89 anos.
Ele estava internado no Hospital Oswaldo Cruz desde o dia 8 de maio.
Criador de bordões como “Olha no lance” e “Pelo amor dos meus filhinhos”, ele deixa a esposa e três filhos.
Antero Greco também faleceu nesta quinta-feira (16), aos 69 anos.
Depois de passar pelos principais jornais do país, ficou conhecido como comentarista e apresentador da ESPN, formando uma parceria histórica com o jornalista Paulo Soares. Antero tratava um tumor no cérebro desde 2022.
Deixa a esposa e dois filhos.
Washington Rodrigues, o Apolinho, morreu na quarta-feira (15), no Rio.
Criou uma das expressões mais usadas em goleadas até hoje, o “chocolate”, além de “Geraldinos e Arquibaldos”, “Pau com formiga”, “Pinto no lixo” e “Briga de cachorro grande”.
Ele também se tratava de um câncer agressivo. Ele deixa três filhos.
Relembre abaixo a trajetória dos jornalistas esportivos.
Silvio Luiz inspirou com bordões e humor
Silvio Luiz é um dos maiores nomes do jornalismo esportivo brasileiro. O narrador eternizou diversos bordões no mundo do futebol, dentre eles:
“Olho no lance”;
“Pelo amor dos meus filhinhos”;
“Foi, foi, foi, foi, foi ele!”.
Silvio imortalizou pelo menos 10 bordões que, entre 2011 e 2016, foram utilizados no jogo de videogame Pro Evolution Soccer (PES).
No game, ele narra e comenta as partidas online.
Durante um período, sua voz também pode ser usada para orientações de trânsito no aplicativo de direção Waze.
Outra marca de Silvio foi ter deixado as transmissões esportivas menos sérias. Ele protagonizou o primeiro palavrão da televisão no país.
Silvio participou da transmissão de seis Copas do Mundo e nove Olimpíadas, e apresentou programas esportivos no Grupo Bandeirantes, na Record, no SBT e na RedeTV!.
Foi vencedor de dois prêmios Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), um como narrador de TV, em 2015, e outro pela indicação da diretoria do concurso, em 2010. Em 2012, venceu o Prêmio Comunique-se como melhor locutor esportivo.
A ligação com o futebol foi além das telas e dos rádios: aos 31 anos, se formou como árbitro na Federação Paulista de Futebol e apitou partidas durante cinco anos.
Silvio também foi ator.
No final da década de 1980, fez dois papéis em novelas da TV Record.
Antero Greco era formado em jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
Começou sua carreira profissional no início dos anos 1970, no jornal “O Estado de S. Paulo”, onde foi revisor, repórter, chefe de reportagem e editor de Esportes.
Por anos, também foi colunista.
Teve passagem também no jornal “Folha de S.Paulo”.
Atuou ainda como editor e colunista no então Diário Popular.
No início dos anos 90, foi comentarista de futebol na Rede Bandeirantes.
O jornalista teve uma passagem marcante pela ESPN Brasil, onde foi um dos primeiros contratados da emissora na década de 1990.
Tornou-se apresentador do principal programa da casa, o SportsCenter, ao lado de Paulo Soares, a quem se referia como “Amigão”.
A dupla ficou marcada na bancada pelo entrosamento e episódios divertidos, em que caíam na risada durante a leitura das notícias.
Apolinho
Washington Rodrigues foi um dos mais conhecidos jornalistas esportivos no rádio. Ele comandava o “Show do Apolinho” na Rádio Tupi.
No ar desde fevereiro de 1999, o programa era líder absoluto de audiência no segmento há mais de 20 anos.
O radialista era também comentarista titular da equipe de esportes da rádio e tinha a coluna “Geraldinos e Arquibaldos” no Jornal Meia Hora, de conteúdo leve e bem-humorado.
Começou sua carreira em 1962 na Rádio Guanabara, atual Rádio Bandeirantes, no programa “Beque Parado”, que falava sobre futebol de salão.
Trabalhou em todas as grandes emissoras de televisão e rádio da cidade, entre elas, Globo e Nacional.
Conhecido pela imparcialidade, foi um dos poucos comentaristas com grande aceitação pelas quatro grandes torcidas cariocas.
Era também reconhecido na profissão, tendo recebido todos os prêmios já criados para homenagear um jornalista esportivo.
O apelido Apolinho surgiu por usar, quando repórter da Rádio Globo, um microfone sem fio que era utilizado pelos astronautas da Missão Apollo 11, de 1969.
Carismático, criou várias expressões populares como “Geraldinos e Arquibaldos”, “Pau com formiga”, “Pinto no lixo”, “Briga de cachorro grande”, entre muitas outras.
Apaixonado pelo Flamengo, teve duas passagens pelo clube: em 1995, como treinador, onde conquistou o vice-campeonato da Supercopa Libertadores; em 1998, como diretor de futebol.
“Eu não sou técnico e nunca fui, mas o Flamengo não me convidou, me convocou”.
“E todas as vezes que ele me convocar eu vou, pelo Flamengo eu faço qualquer coisa, se o goleiro se machucar e precisar de mim no gol eu vou lá e jogo, pelo Flamengo eu faço qualquer negócio, chamou eu tô dentro, qualquer coisa que quiserem eu vou”, chegou a declarar sobre a experiência.