AL: acusado de matar a ex-mulher a facadas condenado a 37 anos de prisão

Arnóbio Cavalcanti não aceitava o fim do relacionamento e matou Joana Mendes com 32 facadas; 30 no rosto
Arnobio Cavalcante foi condenado a 37 anos de prisão pela morte de Joana Mendes; ele não aceitava o fim do relacionamento com Joana Mendes e a matou com 32 facadas (30 delas no rosto); réu terá que pagar R$ 150 mil em indenização à família da vítima; cabe recurso da decisão. (Foto: reprodução / Ascom / MP)

Foi condenado a 37 anos e dois meses de prisão o homem que confessou ter matado a ex-mulher com 32 facadas dentro de um carro no bairro do Poço, em Maceió.

Além disso, Arnóbio Cavalcante terá que pagar R$ 150 mil em indenização à família de Joana Mendes.

A pena deve ser cumprida em regime fechado.

Cabe recurso da decisão.

O crime ocorreu em 2016 e o réu, que confessou o assassinato, foi preso.

O julgamento começou na segunda-feira (1º), foi conduzido pelo juiz Yulli Rotter, e a sentença foi lida na madrugada desta terça-feira (02).

Durante o júri, o réu permaneceu em silêncio e se negou a responder as perguntas do juiz e da promotoria.

Ele chegou a dizer que dispensaria o seu advogado, mas quando o juiz disse que chamaria um defensor público para dar continuidade ao julgamento, ele voltou atrás e o julgamento seguiu normalmente.

O julgamento chegou a ser adiado duas vezes em datas anteriores.

Durante o júri, a promotoria chegou a citar fraude processual, alegando que Arnóbio incluiu um laudo psiquiátrico falso.

Foram ouvidas, na presença dos jurados, as testemunhas de acusação: o tio do réu, Hudson Cavalcante, a irmã de Joana Mendes, Júlia Mendes, e mais três pessoas.

As testemunhas de defesa foram dispensadas.

“O primeiro relatório nós desconfiamos, então pedimos imagens para a Seris no dia em que o réu supostamente recebeu a visita de um psiquiatra”, disse o promotor.

“A resposta da Seris é que no dia e horário citado o psiquiatra não esteve lá”.

“O segundo relatório, de 2023, foi uma data que jamais poderia ser verdadeira, uma vez que o acusado já gozava de liberdade após um habeas corpus expedido pelo STJ”, disse o promotor.

Família comemorou a condenação do acusado

A família de Joana Mendes chegou ao tribunal com a esperança que o réu fosse condenado com todas as atenuantes do crime de feminicídio.

“Ele deu 32 facadas na minha irmã, ela não teve chance de defesa. Depois ele abandonou ela sozinha e ela sangrou até a morte. Que ele pague pelo mal que fez com a minha irmã e contra a minha família”, afirma Julia Mendes.

Arnóbio Cavalcante foi preso após se apresentar na delegacia de Atalaia, interior do estado, devido ao mandado judicial que tinha contra ele.

“A relação entre eles sempre foi abusiva. Era ela violento, ele conseguiu tirar a minha irmã do convívio social, dos amigos, da atividade física e do seio familiar. Até hoje sofremos com essa perda”, disse Julia.

O crime aconteceu no Conjunto Santo Eduardo, no bairro do Poço. Joana de Oliveira Mendes foi encontrada morta dentro de um carro.

O corpo estava no banco do passageiro do veículo que foi abandonado em uma rua de pouco movimento.

Na época, a defesa do acusado disse que ele confessou que matou a ex-esposa, mas não se lembrava dos detalhes.

Várias testemunhas foram ouvidas ao longo do processo e afirmaram que o réu era violento.

O casal estava em processo de divórcio e ele não aceitava o fim do relacionamento.

Consta nos autos que o acusado marcou um encontro com a vítima para conversar sobre um acordo de pensão para o filho menor, então com apenas dois anos de idade.

Logo após o crime, Arnóbio teve a prisão preventiva decretada.

Em junho de 2021, a defesa conseguiu uma revogação preventiva para que ele aguardasse o julgamento em liberdade, sob medidas cautelares.

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