A Justiça manteve preso o empresário Carlos André César de Miranda, de 56 anos, suspeito de atirar no carro da ex-prefeita de Maceió e atual secretária de Estado da Assistência Social, Kátia Born, e de proferir ataques homofóbicos e ameaças contra ela e a sua companheira.
Não havia ninguém no veículo, no momento, e elas não se feriram.
Carlos André Miranda está preso desde o dia 2 de fevereiro.
A prisão preventiva dele já havia sido decretada em audiência de custódia um dia após o flagrante.
Em decisão assinada na quarta-feira (21), o juiz Ygor Vieira de Figueirêdo destacou a importância de manter o empresário preso pelo seu nível de “periculosidade”.
“Os autos evidenciam de maneira inconteste a necessidade da prisão. [O réu] representa risco de interferir no animus da vítima e das testemunhas, diante da gravidade da conduta e da periculosidade do agente que denota uma personalidade violenta e descontrolada. Note-se também que o acusado é investigado por crimes semelhantes em outro processo criminal”, disse o magistrado.
Após ter a prisão preventiva decretada, o advogado do empresário chegou a pedir a revogação da prisão e a aplicação de medidas cautelares alternativas, alegando que o réu não representa risco à ordem pública e que necessitava de tratamento médico por ser diagnosticado com transtorno bipolar.
O G1 (responsável por esta reportagem) tenta contato com a defesa de Miranda.
Carlos Miranda e Kátia Born moram no mesmo condomínio, no bairro de Guaxuma.
De acordo com as investigações, o empresário se valia do fato de a ex-prefeita manter um relacionamento homoafetivo para ameaçá-la e insultá-la, inclusive pelas redes sociais.
Há registros desses ataques desde o mês de janeiro.
Ainda segundo as investigações, além das ameaças contra o casal, Carlos Miranda teria ameaçado também o filho de Kátia Born.
“O réu teria incitado o preconceito, através de redes sociais, utilizando-se de elementos referentes à orientação sexual, injuriando as vítimas e ofendendo-lhes a dignidade, em razão de homofobia, além de perseguir e ameaçar reiteradamente com emprego de arma”, disse o juiz.
No dia da prisão, antes de atirar contra o carro da ex-prefeita, que estava estacionado na garagem da casa dela, houve uma confusão no condomínio por estacionamento irregular.
Alguém teria feito uma denúncia e o carro do empresário seria apreendido por agentes do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT).
Segundo o relato dos agentes, o empresário não aceitou a apreensão e passou a ameaçar toda a equipe.
Depois disso, ele teria atirado contra a casa da ex-prefeita, atingido o vidro do carro.
Policiais do Tigre e da Oplit foram acionados e o homem foi preso em flagrante dentro de casa.
Ele foi autuado por dano, ameaça, injúria e disparo de arma de fogo.