O Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (GAESF) do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) informou que o influenciador digital Igor Campioni foi preso, na tarde desta terça-feira (10), em sua residência, no bairro da Ponta Verde.
Campioni foi preso no mesmo dia que seu cúmplice, o também influenciador digital Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti.
A prisão foi cumprida no último dia 4, como parte da investigação do Ministério Público (MP-AL) para desarticular uma organização criminosa envolvida em crime de lavagem de dinheiro, envolvendo jogos de azar on-line.
O foco da investigação é o “Fortune Tiger”, mais conhecido como jogo do tigrinho promovido e divulgado por influenciadores digitais.
A investigação do Gaesf apontou que o influenciador digital Kel Ferreti é o suposto líder da organização criminosa desse esquema milionário em que esbanja uma vida de luxo, com ostentação nas redes sociais para milhões de seguidores que, segundo o MP, são induzidos a fazer as apostas online.
Ao todo, foram cumpridos oito mandados de prisão e de busca e apreensão contra pessoas físicas e jurídicas, tanto em Maceió quanto na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo.
Dos mandados de prisão, dois foram em Alagoas e, os outros dois, em SP.
Na casa do influenciador, o Gaesf apreendeu cerca de R$ 20 mil, quase 40 telefones celulares, documentos e um veículo de luxo.
Dados do COAF
O MP-AL obteve acesso aos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que evidenciaram possível prática ilícita de lavagem de dinheiro entre os investigados.
Uma empresa de publicidade, por exemplo, movimentou grandes quantias através de milhares de transferências fragmentadas, possivelmente atuando como intermediária de operações ilegais.
A apuração do Gaesf também aponta para possíveis fraudes bancárias, com movimentações suspeitas relacionadas a empresas envolvidas em golpes virtuais e indícios de que o grupo criminoso utilize contas bancárias para lavar dinheiro proveniente de jogos de azar e outros crimes.
Para a execução da operação, o Gaesf requereu o bloqueio de R$ 21.278.337,60 além de 10 veículos de luxo.
Campioni foi preso na mesma operação, mas, liberado em seguida, porque a justiça acatou recurso da defesa, sob o argumento de que ele apresenta quadro de surtos de paroxismos de cunho epiléptico.
Mas, o MP, esta semana, encontrou elementos que desfazem a argumentação.
De acordo com nota publicada pela instituição, nesta terça-feira (10), o mandado de prisão foi expedido após recurso interposto pelo Gaesf, na última quinta-feira.
Na ocasião, segundo o MP, a instituição requereu reconsideração da 17ª Vara Criminal da Capital, que havia liberado o influenciador após audiência de custódia.
Igor Campioni foi encaminhado para a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e, de lá, será levado para o sistema prisional.
No recurso, o Gaesf alegou que o argumento apresentado pela defesa, sobre a saúde do acusado estar comprometida em razão de crises epiléticas, não corresponde à realidade, uma vez que Igor tem atividades sociais movimentadas, o que é incompatível com a vida de uma pessoa que possui a saúde debilitada.