VÍDEO: as diligências na prisão de Kel Ferreti

Autoridades encontraram R$ 20 mil, apreendidos com documentos e carros de luxo – fraude da organização promete ganhos fáceis e elevados
Agente do grupo especial do MP de Alagoas durante as diligências para a prisão do influenciador Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, nesta quarta-feira (4); apontado pelo Ministério Público como o suposto cabeça da organização criminosa. (Foto: reprodução)

O influenciador Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, preso nesta quarta-feira (4), é apontado pelo Ministério Público como o suposto líder da organização criminosa que explora ilegalmente o “Fortune Tiger”, mais conhecido como jogo do tigrinho.

De acordo com informações obtidas pelo espaço junto às autoridades, os dois presos em Maceió já passaram pela audiência de custódia, na 17ª Vara Criminal, responsável pela expedição das ordens judiciais pedidas pelo Ministério Público.

Kel Ferreti, apontado como o cabeça da organização, teve a prisão mantida, a pedido do Gaesf.

O outro foi liberado há pouco;

⁠A prisão de Kel Ferreti é preventiva, ou seja, é prevista para durar enquanto o processo estiver em andamento – na prática, não tem data para expirar.

Para que seja liberado, seus advogados terão que impetrar um habeas corpus.

Após a audiência, o preso foi levado para o sistema o sistema prisional, onde ficará custodiado.

Também foram cumpridos mandados de prisão contra duas pessoas em Ribeirão Preto (SP) e um casal foi preso em Fortaleza (CE), onde passava férias.

Promotor à frente da operação, durante as diligências para a prisão do influenciador, na sacada do apartamento de Kleverton Pinheiro, o Kel Ferreti: mandados judiciais cumpridos em Alagoas, São Paulo e no Ceará. (Foto: reprodução)

Jogo

De acordo com as autoridades, uma espécie cassino virtual que promete, que de forma fraudulenta promete ganhos fáceis e elevados.

A promoção, em particular da criação do ambiente ilusório, envolve os influenciadores, que ostentam riqueza e luxo em suas postagens.

Recentemente, operações do Ministério Público e de polícias em todo o Brasil já apreenderam milhões de reais em bens de influenciadores envolvidos em esquemas similares.

A operação deflagrada nesta quarta-feira, em Maceió, recebeu o nome o nome de “Trapaça”, em alusão à prática do influenciador preso, e foi executada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (GAESF) do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL).

Os trabalhos têm o objetivo de desarticular uma organização criminosa (Orcrim) que, segundo a instituição, atuante contra a economia popular, praticando o crime de lavagem de dinheiro, envolvendo jogos de azar on-line.

O foco da investigação, o influenciador Kel Ferreti, foi preso em casa, um condomínio de luxo, numa torre de apartamentos, em Guaxuma, litoral norte da capital.

A investigação do Gaesf mostrou que o suposto cabeça do esquema esbanja uma vida de luxo, fazendo questão de ostentá-la nas redes sociais, onde milhões de seguidores são induzidos a comprar produtos e serviços, como jogos de apostas, com promessas de prosperidade quase que imediata.

Mandados

Ao todo, foram cumpridos doze mandados de prisão e de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, contra pessoas físicas e jurídicas, tanto em Maceió quanto na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo.

Dos mandados de prisão, dois foram em Alagoas e, os outros dois, em SP.

Na casa de um dos alvos, o Gaesf apreendeu cerca de R$ 20 mil, telefones celulares, documentos e um veículo de luxo.

Os dados do Coaf

O Ministério Público do Estado de Alagoas obteve acesso aos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que evidenciaram possível prática ilícita de lavagem de dinheiro entre os investigados.

Uma empresa de publicidade, por exemplo, movimentou grandes quantias através de milhares de transferências fragmentadas, possivelmente atuando como intermediária de operações ilegais.

A apuração do Gaesf também aponta para possíveis fraudes bancárias, com movimentações suspeitas relacionadas a empresas envolvidas em golpes virtuais.

Há indícios de que o grupo criminoso esteja utilizando contas bancárias para lavar dinheiro proveniente de jogos de azar e outros crimes.

Laranjas e valores que chegam a R$ 21 milhões

O Ministério Público suspeita, ainda, que a Orcrim faz a utilização de “laranjas” para ocultar bens, como no caso de veículos de luxo registrados em nome de terceiros, mas exibidos nas redes sociais como se fossem dos investigados.

Para a execução da operação, o Gaesf requereu o bloqueio de R$ 21.278.337,60 (vinte e um milhões, duzentos e setenta e oito mil, trezentos e trinta e sete reais e sessenta centavos), além de 10 (dez) veículos de luxo.

Para esta operação, o MPAL contou com participação da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP), por meio das Polícias Civil e Militar, da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) e Polícia Penal, com o apoio da Perícia Oficial de Alagoas.

Trapaça

O nome da operação faz alusão à cilada que é praticada contra as vítimas, levando-as a se envolver com jogos de apostas, como se eles pudessem oferecer a elas uma ascensão rápida econômica, o que não corresponde à realidade em razão da enganação que há por trás desses jogos.

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