O julgamento de três acusados de matar o empresário Kleber Malaquias de Oliveira, em 2020, em Rio Largo, foi adiado.
O júri popular ocorreria nesta quarta-feira (17), no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, em Maceió.
De acordo com a promotora de Justiça Lídia Malta o julgamento foi adiado após a defesa de um dos réus apresentar, de maneira ilegal, um depoimento às vésperas do júri.
“A defesa, lamentavelmente, proporcionou esse adiamento, às vésperas do júri”.
“Que continha um depoimento unilateral, que causou bastante estranheza do Ministério Público, visto que essa testemunha já havia sido arrolada por outro acusado”, lamentou a promotora.
“De fato, o Ministério Público quer a produção dessa prova, mas não da maneira que foi feita”.
“Da maneira ilegal”.
De acordo com o Ministério Público de Alagoas (MP-AL), o julgamento foi remarcado para 19 de setembro.
À época do crime, a polícia informou que o assassinato teve motivação política.
A promotora informou ainda que, por a defesa pretender que essas provas apresentadas sejam analisadas “as escusas”, e “por jamais poder compactuar com o que foi feito nos autos”, o Ministério Público de Alagoas (MP-AL) pediu o desentranhamento das peças e, por consequência, a defesa de um dos réus pediu o adiamento do julgamento.
“O julgamento foi remarcado e esperamos que possamos concretizar a justiça, que está sendo muito ansiada, muito aguardada, há quatro anos”.
“É lamentável a postura da defesa pois colocou a perder todo o empenho dos servidores públicos, pois a perder uma expectativa social a respeito desse crime e, acima de tudo, deu um duro golpe nos familiares da vítima que sofrem há quatro anos a perda de um ente querido”, afirma Lídia Malta.
Quem são os réus:
José Mário de Lima Silva
Edinaldo Estevão de Lima
Fredson José dos Santos
Kleber Malaquias era conhecido por denunciar crimes políticos na região. Ele chegou a testemunhar contra o desembargador Washington Luiz no processo da tentativa de homicídio contra o juiz Marcelo Tadeu.
Em um boletim de ocorrência registrado em 2019, o empresário relatou que teve acesso a conversas e áudios de WhatsApp com ameaças contra ele e que temia ser morto.
Morto no dia do aniversário
Segundo o processo, o crime aconteceu dentro de um bar, em Rio Largo, na tarde de 15 de julho, dia do aniversário da vítima.
A execução foi arquitetada pelos envolvidos, que atraíram Kleber Malaquias até o Bar da Buchada para realizar o assassinato.
De acordo com o relatório, o policial militar José Mário, na época pré-candidato a vereador, marcou um encontro com Kleber para conversar sobre questões políticas.
Na ocasião, Fredson José teria efetuado os disparos de arma de fogo que levaram a vítima à morte.
Além dos acusados, outros três envolvidos, Marcelo José Souza da Silva, Jefferson Roberto Serafim da Rocha e Marcos Maurício Francisco dos Santos, ainda serão julgados.