O senador Hamilton Mourão (Republicanos–RS) e o deputado Gilvan da Federal (PL–ES) protagonizaram uma discussão no plenário da Câmara nesta terça-feira (19).
Os dois integrantes do Congresso precisaram ser separados por assessores, quando indicaram que a discussão poderia se tornar física.
Nas imagens, é possível ouvir que a conversa começou sobre o cumprimento de Mourão ao ministro da Justiça, Flávio Dino, durante a sabatina para a vaga no Supremo Tribunal Federal na última quarta-feira (13).
Na ocasião, Gilvan divulgou um vídeo criticando Mourão por ter falado com Dino.
Durante a discussão nesta terça-feira (19) é possível ouvir Mourão afirmando que eles deveriam ter conversado antes de Gilvan publicar o vídeo.
“Você não me conhece, você poderia ter vindo falar comigo”, diz Mourão.
Gilvan responde: “Você foi vice-presidente do Bolsonaro“. O deputado questiona ainda se o senador acha que ele tem medo por Mourão ser general do Exército. Mourão rebate: “Não tem medo. Aqui é braço“.
Depois, a jornalistas, o deputado afirmou que Mourão foi quem o chamou para conversar no plenário da Câmara, durante sessão conjunta de deputados e senadores no Congresso Nacional.
“Eu estava dentro do meu local de trabalho. Ele falou que queria conversar comigo. Eu falo não como deputado, mas como cidadão: estou de saco cheio de traidores, tem que ter lado”, disse Gilvan.
“Ele falou que resolve as coisas dele no braço. Estou à disposição, general Mourão, quando você quiser, só marcar o dia e o horário”, disse Gilvan.
O Congresso em Foco (responsável por esta reportagem) entrou em contato com o senador Mourão sobre a discussão no plenário da Câmara nesta terça-feira (19), mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
Segundo o portal, “o espaço segue aberto” para manifestação do parlamentar.
Apesar de Flávio Dino ter cumprimentado Mourão, não é possível afirmar que o senador votou contra ou a favor do ministro da Justiça para o STF. As votações na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário do Senado em caso de indicações de autoridade são secretas.
O senador Mourão declarou voto contrário a Dino mesmo antes da sabatina na CCJ, como já mostrou o Congresso em Foco.