VÍDEO: clarão no céu é visto em cidades do Nordeste

Restos de foguete chinês entram na atmosfera e causam espetáculo no céu noturno
Luzes são vistas no céu de cidades do Nordeste do Brasil; foguete foi lançado em 2018, estava em órbita e, segundo especialistas, reentrou na atmosfera a pelo menos 7 mil quilômetros por hora (daí incandescer e causar tal brilho). (Foto: reprodução)

Um clarão no céu chamou atenção de moradores de diversas cidades nordestinas na noite dessa sexta-feira (22).

O fenômeno foi causado pela queda de restos do corpo de um foguete chinês lançado em 2018, segundo informações de Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia, e Alexsandro Mota, membro da Rede Brasileira de Observação de Meteoros.

O fenômeno foi visto em cidades da Bahia – como Salvador, Capão, Serrinha, Feira de Santana, Juazeiro, Canarana, Lençóis e Mucugê –, de Alagoas, Rio Grande Norte, Paraíba e Piauí.

No início da semana, outras luzes foram vistas no céu de cidades do interior da Bahia, mas, de acordo com pesquisadores, trata-se de ocorrências diferentes.

Daquela vez, foi a queda de um meteoro que provocou o clarão, e o fenômeno foi registrado no céu na Chapada Diamantina (BA), e pôde ser visto em diversas cidades do estado, mas os pesquisadores reforçam que os casos não têm relação e a ocorrência em curto espaço de tempo é mera coincidência.

O Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros, também relatou os indícios de lixo espacial.

“O foguete em si é formado por estágios, à medida que ele vai subindo para chegar ao espaço ele vai liberando esses estágios. Existia um estágio desse foguete Longa Marcha 2C que estava orbitando a Terra desde 2018, só que ele foi decaindo orbitalmente, como a gente fala”, explicou Alexsandro Mota, que também é divulgador científico.

Conforme explicou Mota, o lixo espacial foi perdendo a altitude por causa do choque com as moléculas do ar e perdeu velocidade. A gravidade, por consequência, começou a atrair o corpo do foguete cada vez mais.

Ainda segundo Alexsandro Mota, chega um momento em que o objeto atinge uma camada muito densa de gases, perde velocidade e reentra na atmosfera.

“Uma reentrada pode ocorrer com muita velocidade. A gente está falando de milhares de quilômetros por hora, a gente está falando de 7 mil km por hora. Por isso que fica todo aquele show luminoso no céu, porque a atmosfera sendo atingida por um objeto nessa velocidade vai ficar incandescente, então vai brilhar muito”, falou.

G1 BA e TV Bahia

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