TRE-SP suspende perfis de Pablo Marçal em redes sociais

Candidato criticou decisão e disse ser vítima de perseguição; suspensão foi em redes que buscam "monetização dos ‘cortes’ por terceiros”
Candidato, em interação com rede social: ao justificar decisão, juiz se referiu à remuneração paga por Marçal àqueles que veicularem seus posts editados com os “cortes”, de forma a apresentá-los de forma descontextualizadas. (Foto: reprodução / redes sociais)

Liminar concedida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral do Tribunal Regional de São Paulo (TRE-SP), suspende temporariamente perfis de redes sociais utilizados para monetização pelo candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB).

A decisão, tomada em uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) movida pelo PSB, suspende apenas as redes do candidato que “buscaram a monetização dos ‘cortes’ por meio de terceiros interessados”, afirmou o juiz, referindo-se à remuneração paga por Marçal àqueles que veicularem seus posts editados com os “cortes”, de forma a apresentá-los de forma descontextualizadas.

Na sentença, Zorz proíbe que Marçal remunere aqueles que veicularem seus vídeos editados.

Nesse sentido, o juiz chama a atenção para o fato de haver indicativos de uma “transposição de limites” na conduta do candidato “no que respeita ao seu comportamento nitidamente comissivo de requerer, propagar e desafiar seguidores, curiosos, aventureiros a disseminar sua imagem e dizeres por meio dos chamados ‘cortes’. Para mais, saber se a monetização dos ‘likes’ obtidos nos sucessivos ‘cortes’, permitiriam o fomento ou indício de abuso de poder, no caso, de natureza econômica”.

A decisão abrange tanto o site de campanha do candidato como suas redes sociais no Instagram, YouTube, TikTok e X (antigo Twitter).

Caso a decisão não seja cumprida, será aplicada multa diária de R$ 10 mil.

Por meio das redes sociais, Pablo Marçal postou um vídeo criticando a decisão do juiz.

Ele se diz alvo de perseguição pela Justiça Eleitoral. “Acabei de receber a notícia de que uma liminar vai derrubar minhas redes sociais”, disse o candidato.

“Olha só que irônico”, criticou.

“[Isso acontece] logo no dia que eu estou passando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

“Eu sou o terceiro maior político no Instagram do Brasil”.

“E estamos passando o homem mais popular da história da política nacional”.

“Mas ele vai derrubar as redes sociais, primeiro”.

“O sistema inteiro, com o governador Tarcísio [de Freitas], estão todos contra mim”, disse o candidato.

Pedro Peduzzi – repórter da Agência Brasil – Brasília; edição: Juliana Andrade

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