Taxação das blusinhas: projeto que deve ser votado no Senado nesta terça (04)

A casa deve votar nesta terça-feira o retorno de taxação de compras internacionais de até US$ 50
A medida, já aprovada pelos deputados, determina que compras internacionais de até US$ 50 passarão a ter a cobrança do Imposto de Importação (II), com alíquota de 20%; as mais comuns em sites de varejistas estrangeiros, em particular do Sudeste Asiático, como Shopee, AliExpress e Shein. (Foto: reprodução)

O Senado Federal deve votar em sessão nesta terça-feira (04) a proposta que retoma a taxação federal sobre importações de até US$ 50 (ou R$ 260).

O imposto a ser aplicado nas vendas será de 20%.

Caso o Projeto de Lei seja aprovado pelo Legislativo, ele segue para análise do governo federal; que deverá sancioná-lo sem restrições.

Com isso, a proposta virará lei e as compras começarão a ser taxadas.

A cobrança de imposto nas compras internacionais até US$ 50 faz parte do Projeto de Lei (PL) 914/24, que chegou ao Senado na última quarta-feira (29), um dia depois de ter sido aprovado pela Câmara dos Deputados.

Originalmente, o PL trata do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), destinado ao desenvolvimento de tecnologias para produção de veículos que emitam menos gases de efeito estufa.

A taxação das compras internacionais foi incluída no PL por decisão do deputado Átila Lira (PP-PI), relator da matéria.

Como ficaria a taxação

A medida aprovada pelos deputados determina que compras internacionais de até US$ 50 passarão a ter a cobrança do Imposto de Importação (II), com alíquota de 20%.

Compras dentro desse limite são muito comuns em sites de varejistas estrangeiros, notadamente do Sudeste Asiático, como Shopee, AliExpress e Shein.

Essas plataformas são chamadas de “market place”, ou seja, uma grande vitrine de produtos de terceiros, e os preços costumam ser bem mais baratos que os de fabricantes brasileiros.

A cobrança tratada pelo PL é um tributo federal.

Fora isso, as compras dentro desse limite de US$ 50 recebem alíquota de 17% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um encargo estadual.

Dessa forma, o consumidor que comprar um produto de R$ 100 (já incluídos frete e seguro) teria que pagar a alíquota do Imposto de Importação mais o ICMS, o que levaria o preço final para R$ 140,40.

Pelo PL, cobranças acima de US$ 50 e até US$ 3 mil terão alíquota de 60% com desconto de US$ 20 (cerca de R$ 100) do tributo a pagar.

Como é hoje

O debate sobre a taxação se iniciou em abril de 2023.

Seria uma forma de o governo impedir que empresas burlassem a Receita Federal, isso porque remessas entre pessoas físicas até US$ 50, sem fins comerciais, não eram tributadas, e empresas estariam fazendo vendas como se fossem envios de pessoas físicas.

Além disso, varejistas brasileiras pediam por alguma forma de cobrança desses produtos estrangeiros, alegando concorrência desleal.

Amanda Carvalho

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