Suspeita de cometer injúria racial é barrada em voo e presa em Confins (MG)

Segundo o boletim de ocorrência, a mulher estava bastante alterada sob efeito de álcool: “macaco, preto, cretino, babaca”, desferiu
Suspeita de injúria racial foi ouvida no Centro Integrado de Segurança Pública no aeroporto de Confins (MG) e, em seguida em centro de detenção em Vespasiano (MG). (Foto: reprodução / Ernane Fiuza / TV Globo)

Uma mulher, de 39 anos, foi presa pela polícia no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Grande BH, suspeita de injúria racial e lesão corporal contra um gerente operacional da companhia aérea Azul, na tarde deste domingo (23).

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Luana Otoni de Paula deu entrada no Presídio de Vespasiano nesta segunda-feira (24).

Ela era passageira de um voo que seguiu para Natal (RN), às 13h30, mas, após o tumulto, foi impedida de entrar no avião.

Depois de apresentar o cartão de embarque, Luana caiu no chão antes de chegar na aeronave.

Para ajudá-la, um funcionário da empresa socorreu a passageira e relatou que ela apresentava sintomas de embriaguez.

O gerente operacional perguntou se a cliente precisava de atendimento médico e a convidou a se retirar do avião, respeitando os protocolos da aviação civil, referente à segurança aérea, e explicou que a passageira precisaria ser realocada em outro voo.

Segundo o boletim de ocorrência (BO), quando o funcionário da Azul retirou os pertences de Luana, ela tentou agredi-lo e disse que ele era “macaco, preto, cretino, babaca”.

A mulher também falou que ele estaria feliz por desembarcar uma patricinha, e chutou e socou o homem.

Outro funcionário da companhia tentou conter a cliente e, também, foi xingado.

A Polícia Federal (PF) foi chamada, deu voz de prisão à suspeita e a conduziu até a base da Polícia Militar (PM).

Os agentes da PF também foram ofendidos pela mulher.

No BO, foram registradas agressões verbais como “policiais federais babacas, playboys que viraram policiais e moleques”.

O que dizem os envolvidos

Para a PM, Luana contou que apenas obedeceu ao funcionário da empresa e que teria tropeçado ao entrar na aeronave.

Ela alegou que não poderia perder o voo por motivos profissionais, que se exaltou e saiu de perto dos envolvidos.

A suspeita ainda contou que aguardava uma refeição em um restaurante quando os policiais deram voz de prisão em flagrante, antes de ela ser conduzida.

A Polícia Civil informou que Luana foi levada para a delegacia de Polícia Civil, em Vespasiano, na Grande BH.

O G1 (responsável por esta reportagem) conversou com a suspeita, que preferiu não se manifestar, limitando-se a dizer que o ocorrido foi apenas um mal-entendido.

A reportagem também entrou em contato com o funcionário da Azul, que pediu à reportagem que buscasse informações com a companhia aérea.

O que diz a Azul

“A Azul informa que uma Cliente indisciplinada no voo AD2562 (Belo Horizonte-Natal) foi orientada a desembarcar por comportamento inadequado”.

“No momento do desembarque, a Cliente agrediu física e verbalmente um Tripulante da Azul”.

“A autoridade de segurança foi chamada para acompanhar o desembarque e, em seguida, os conduziu para delegacia para registrar depoimento e conduzir a apuração do caso”.

“A Azul ressalta que repudia veemente qualquer tipo de ofensa ou agressão aos Clientes e seus Tripulantes, sendo certo que serão adotadas as medidas cabíveis.”

Luiz Henrique Cisi, Fernando Zuba, Maria Lúcia Gontijo, Ernane Fiuza — TV Globo / Belo Horizonte

Leia também