SP: estudante de medicina que desviou quase R$ 1 milhão é condenada por estelionato

Alicia Dudy Muller deverá cumprir cinco anos de reclusão em regime semiaberto; defesa vai recorrer
Segundo os autos, Alicia aproveitou-se da condição de presidente da comissão de formatura para exigir dos organizadores da festa que pagamentos fossem transferidos para conta bancária de sua titularidade. (Foto: reprodução)

A Justiça de São Paulo, da 7ª Vara Criminal da Capital, condenou por estelionato a estudante de medicina Alicia Dudy Muller, de 26 anos, que desviou quase R$ 1 milhão dos fundos arrecadados para custear a festa de formatura de uma turma de medicina, no fim de 2022.

De acordo com a Justiça de SP a pena pelo crime de estelionato, praticado de forma continuada por oito vezes, foi fixada em cinco anos de reclusão, em regime semiaberto.

A sentença também determinou o pagamento de indenização às vítimas, no mesmo valor do prejuízo causado.

A denúncia foi feita pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) em novembro de 2023.

Segundo os autos, Alicia aproveitou-se do posto de presidente da comissão de formatura para exigir da empresa organizadora da festa que os pagamentos dos alunos fossem transferidos para conta bancária de sua titularidade, sem mencionar o fato aos colegas.

Com o valor desviado a estudante comprou celular, relógio, alugou veículo e investiu em investimentos financeiros. Ao fixar a pena, o juiz Paulo Eduardo Balbone Costa reiterou que a conduta da estudante gerou prejuízo de quase R$ 1 milhão.

“A ré se prevaleceu de sua condição de presidente da comissão de formatura para engendrar um plano destinado a se apossar do produto arrecadado ao longo de meses, com a contribuição de dezenas de colegas, a fim de obter lucro para si com a aplicação especulativa daquele capital”, disse o magistrado.

Em julho de 2022, Alicia tentou fazer um conjunto de jogos na Lotofácil em uma lotérica na zona sul de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, Alicia faturou, no total, R$ 326 mil em premiações da Lotofácil depois de realizar dezenas de jogos de alto valor.

“Traiu a confiança de seus pares, desviando recursos que pertenciam aos colegas de turma (o que revela maior opróbrio do que a prática de estelionato contra vítima a quem não se conhece), quando as vítimas não atuavam movidas pela própria cupidez”, concluiu o juiz.

A festa de formatura da turma de medicina vítima do golpe aconteceu em janeiro deste ano, custeada pela empresa que administrava o dinheiro.

O advogado de defesa Sérgio Ricardo Stocco disse que irá recorrer da decisão.

Mariana Manetta

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