O Sindicato dos Médicos de Alagoas denunciou superlotação na Maternidade Escola Santa Mônica (MESM) e pelo menos onze gestantes acomodadas de modo improvisado em poltronas.
A denúncia é referente ao início desta terça-feira (23) e foi feita pela presidente da entidade médica Sílvia Melo, que também é obstetra.
Segundo comunicado distribuído pelo sindicato, por meio de sua assessoria de comunicação, além do quadro das gestantes em poltronas, havia ainda “14 no setor de pré-parto, fora a lotação das enfermarias”, apesar de a unidade contar com 40 leitos obstétricos.
Como lembra o sindicato, no comunicado, além de ser a maior casa maternal da rede pública no Estado, a Santa Mônica é a única definida como de alto risco, especializada para receber gestantes com quadros de hipertensão ou gravidez de risco, por exemplo.
Outro agravante é o quadro insuficiente de plantonistas para atender a demanda – citou o sindicato, no comunicado.
“O ideal para uma maternidade daquele porte seria quatro obstetras por plantão, no entanto, a escala estava apenas com dois, o que configura sobrecarga”, frisa a presidente da entidade.
Segundo Sílvia Melo há meses a direção da maternidade e o Sinmed solicitaram das instâncias superiores (Uncisal e Sesau) providências de reforço da equipe, mas não houve resposta favorável.
Ainda segundo a médica e representante da categoria, o próprio projeto de ampliação da Maternidade Escola Santa Mônica foi elaborado há alguns anos, mas não sai do papel.
“É urgente que os gestores deem a devida atenção às gestantes que dependem daquele serviço especializado”, enfatizou.
Em nota, a direção da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), à qual é vinculada a Santa Mônica, informou que, mesmo diante da situação adversa, as gestantes estavam recebendo a atenção devida.
Veja a nota da Unicisal:
A supervisão geral da Maternidade Escola Santa Mônica informa à sociedade alagoana que mesmo em situação de superlotação, as gestantes de alto risco estão recebendo a assistência adequada, prestada por profissionais de referência na saúde materno e neonatal, exames e condutas necessárias.
A Chefia Técnica Médica destaca que a grande ocupação atual se dá em virtude do aumento da demanda de gestantes de alto risco na unidade, consequência de precariedades na assistência de pré-natal ofertada na atenção básica nos municípios.
Somente nesta terça-feira (23), das pacientes que passaram pela triagem na maternidade, apenas duas são do interior, e metade apresentou quadro clínico que poderia ser facilmente tratado se elas tivessem o pré-natal eficiente nas unidades básicas dos municípios, conforme determina os protocolos de cuidado materno, incluindo consultas e exames essenciais.
Atualmente, a Maternidade Escola Santa Mônica, uma das três unidades de referência de alto risco do Estado, conta com 48 leitos maternos e 10 leitos extras fixos, porém, a taxa de ocupação atual ultrapassa esse número.