Sherpas: o que são e o que fazem os “guias” dos líderes no G20

Representantes de líderes presentes à cúpula têm nome inspirado em etnia dos Himalaias conhecida por guiar escaladores ao Everest
Reunião de sherpas do G20, com o embaixador brasileiro Mauricio Lyrio (de barba – e na imagem ao lado). (Foto: reprodução / Isabela Castilho / G20 Brasil)

Antes que os holofotes se voltem para os líderes das maiores economias do mundo, um grupo discreto, mas essencial, trabalha nos bastidores para preparar o caminho da diplomacia global: os sherpas do G20 — responsáveis por fazer o elo entre as diferentes áreas de governo e as delegações internacionais.

“Batizados” em referência aos guias de montanha que auxiliam escaladores no Himalaia, esses interlocutores desempenham um papel estratégico na articulação de acordos, definição de agendas e mediação de interesses entre os países-membros.

Os sherpas são emissários pessoais dos líderes do G20.

Enquanto os chefes de Estado protagonizam as cúpulas, os sherpas lançam as bases onde os grandes debates e decisões globais são realizados.

Eles trabalham ao longo de todo o ano para organizar as discussões, resolver pontos de conflito e alinhar interesses antes da cúpula final.

Eles também têm a função de reportar aos chefes de Estado e de governo o andamento das negociações, sugerindo estratégias e destacando pontos de interesse nacional que possam ser abordados durante a cúpula.

O sherpa brasileiro é o embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.

Como o Brasil preside o G20 em 2024, Lyrio é também o coordenador da Trilha de Sherpas, composta por 15 grupos de trabalho, 2 forças-tarefa e 1 Iniciativa.

Grupos de trabalho:

Agricultura

Anticorrupção

Comércio e Investimentos

Cultura

Desenvolvimento

Economia Digital

Educação

Empoderamento de Mulheres

Pesquisa e Inovação

Sustentabilidade Ambiental e Climática

Emprego

Transições Energéticas

Redução do Risco de Desastres

Turismo

Saúde

Forças-tarefa:

Mobilização Global contra a Mudança do Clima

Aliança Global contra a Fome e a Pobreza

Iniciativa:

Bioeconomia

A origem do termo

A palavra “sherpa” tem origem na língua tibetana e significa “povo do leste”, referindo-se à etnia dos xerpas, que vive no alto da cordilheira dos Himalaias, no Nepal.

Os xerpas ajudam a guiar alpinistas que desejam chegar ao topo do Monte Everest ou outros locais da cordilheira. Sem a habilidade desse povo, seria quase impossível alcançar o cume das montanhas.

A Cúpula dos Líderes do G20

A cúpula com os chefes de Estado vai ser no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, na altura da Glória, no Rio.

O espaço passou por uma reforma de R$ 40 milhões.

Dezenove nações, além da União Africana e da União Europeia, participam do encontro:

África do Sul

Alemanha

Arábia Saudita

Argentina

Austrália

Brasil

Canadá

China

Coreia do Sul

Estados Unidos

França

Índia

Indonésia

Itália

Japão

México

Reino Unido

Rússia

Turquia

O que o Brasil vai propor?

Sob presidência do Brasil, o G20 transformou três temas em prioridade:

combate à fome, à desigualdade e à pobreza (foi lançada a Aliança Global Contra a Fome);

enfrentamento às mudanças climáticas e por políticas de sustentabilidade e uma transição energética justa;

uma nova governança global, para que países emergentes tenham mais representatividade em órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU).

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