Antes que os holofotes se voltem para os líderes das maiores economias do mundo, um grupo discreto, mas essencial, trabalha nos bastidores para preparar o caminho da diplomacia global: os sherpas do G20 — responsáveis por fazer o elo entre as diferentes áreas de governo e as delegações internacionais.
“Batizados” em referência aos guias de montanha que auxiliam escaladores no Himalaia, esses interlocutores desempenham um papel estratégico na articulação de acordos, definição de agendas e mediação de interesses entre os países-membros.
Os sherpas são emissários pessoais dos líderes do G20.
Enquanto os chefes de Estado protagonizam as cúpulas, os sherpas lançam as bases onde os grandes debates e decisões globais são realizados.
Eles trabalham ao longo de todo o ano para organizar as discussões, resolver pontos de conflito e alinhar interesses antes da cúpula final.
Eles também têm a função de reportar aos chefes de Estado e de governo o andamento das negociações, sugerindo estratégias e destacando pontos de interesse nacional que possam ser abordados durante a cúpula.
O sherpa brasileiro é o embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.
Como o Brasil preside o G20 em 2024, Lyrio é também o coordenador da Trilha de Sherpas, composta por 15 grupos de trabalho, 2 forças-tarefa e 1 Iniciativa.
Grupos de trabalho:
Agricultura
Anticorrupção
Comércio e Investimentos
Cultura
Desenvolvimento
Economia Digital
Educação
Empoderamento de Mulheres
Pesquisa e Inovação
Sustentabilidade Ambiental e Climática
Emprego
Transições Energéticas
Redução do Risco de Desastres
Turismo
Saúde
Forças-tarefa:
Mobilização Global contra a Mudança do Clima
Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Iniciativa:
Bioeconomia
A origem do termo
A palavra “sherpa” tem origem na língua tibetana e significa “povo do leste”, referindo-se à etnia dos xerpas, que vive no alto da cordilheira dos Himalaias, no Nepal.
Os xerpas ajudam a guiar alpinistas que desejam chegar ao topo do Monte Everest ou outros locais da cordilheira. Sem a habilidade desse povo, seria quase impossível alcançar o cume das montanhas.
A Cúpula dos Líderes do G20
A cúpula com os chefes de Estado vai ser no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, na altura da Glória, no Rio.
O espaço passou por uma reforma de R$ 40 milhões.
Dezenove nações, além da União Africana e da União Europeia, participam do encontro:
África do Sul
Alemanha
Arábia Saudita
Argentina
Austrália
Brasil
Canadá
China
Coreia do Sul
Estados Unidos
França
Índia
Indonésia
Itália
Japão
México
Reino Unido
Rússia
Turquia
O que o Brasil vai propor?
Sob presidência do Brasil, o G20 transformou três temas em prioridade:
combate à fome, à desigualdade e à pobreza (foi lançada a Aliança Global Contra a Fome);
enfrentamento às mudanças climáticas e por políticas de sustentabilidade e uma transição energética justa;
uma nova governança global, para que países emergentes tenham mais representatividade em órgãos como a Organização das Nações Unidas (ONU).