Senador por Alagoas na missão brasileira – mas nome seria outro

Fernando Farias é da Comissão de Assuntos Estrangeiros (CAE) do Senado, mas pelo partido seria Renan Calheiros
Foto oficial da missão de senadores brasileiros nos EUA: Fernando Farias está na última fileira, atrás, acima de Espiridião Amim (PP – SC) e ao lado de Marcos Pontos (PL – SP). (Foto: reprodução)

O senador por Alagoas Fernando Farias (MDB) é um dos integrantes da missão brasileira que se encontra nos Estados Unidos.

Porém, o designado, tanto pelo partido quanto pelo próprio Planalto seria outro emedebista: o dirigente partidário de âmbito local, em Alagoas, quanto nacional, Renan Calheiros.

Além desses predicados, é um dos aliados do presidente Lula, na interlocução política.

Farias é integrante da Comissão de Assuntos Estrangeiros (CAE) do Senado, mas a troca, no entanto, se deu por um motivo relacionado à negociação – mas não de caráter econômico – e à diplomacia – mas não de todo no âmbito transnacional e sim da esfera bem doméstica, mesmo.

O temor, conforme apurado pelo site, era de que a revelação da composição dos integrantes da missão dos negociadores políticos brasileiros, com o nome de Calheiros, despertasse a ira do próprio ex-presidente Bolsonaro e de seus ainda aliados.

Provavelmente, está bem presente na memória bolsonarista a atuação do senador alagoano como relator da CPI da Covid.

Tanto em âmbito local quanto nacional, Calheiros continua como um dos desafetos bolsonaristas.

E de que, com isso, o resultado seria uma articulação da atual oposição brasileira com representantes de congressistas e do governo estadunidense.

Para além de comprometer a missão, o movimento poderia ter como consequência algo que o governo brasileiro, e em particular a diplomacia local, temem e não escondem: o imprevisível presidente estadunidense acabar tendo um de seus arroubos e com isso botar os objetivos da missão por água abaixo.

A proximidade da oposição brasileira com o governo trumpista poderia ser exemplificada pela suposta designação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL–SP) para negociar com representantes da Casa Branca a estratégia para pressionar o Brasil.

Daí estar sendo tratada como costura digna de um acordo de cúpula a construção do clima para um esperado telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o colega estrangeiro, para tratar do caso.

A troca não teria sido difícil pela proximidade – ascendência mesmo – de Calheiros com o aliado local: Farias é suplente do ministro dos Transportes Renan Filho e passou a ocupar sua cadeira no plenário depois de o ex-governador de Alagoas ter sido designado para o primeiro escalão do gabinete de Lula.

A missão brasileira nos EUA é composta, além de Farias, pelo senador Nelsinho Trad, (PSD – MS), Tereza Cristina (PP – MS), Jaques Wagner (PT – BA), Marcos Pontes (PL – SP), Rogério Carvalho (PT – SE), Carlos Viana (Podemos – MG) e Esperidião Amim (PP – SC).

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