O comunicador Rodrigo Veridiano utilizou as redes sociais nesta quinta-feira, 19, para promover um ataque violento de misoginia contra a jornalista Géssika Costa, por ter se incomodado com a crítica social manifestada pela profissional.
A publicação ocorreu na página do instagram @omundoecapitais e mostrava uma publicação originalmente produzida pelo prefeito João Henrique Caldas, que exibia a árvore de Natal iluminada instalada na orla de Maceió.
Junto ao vídeo da árvore, a publicação trazia ainda o meme “Tá, mas a sua árvore faz isso?”.
Em resposta à pergunta viral, Géssika Costa respondeu “Tá, mas a sua cidade também afunda?”.
A provocação faz alusão ao afundamento dos cinco bairros provocados pela mineração da Braskem em Maceió e ao modelo de gestão da Prefeitura focado em produções instagramáveis enquanto centenas de milhares de maceioenses ainda amargam o crime socioambiental.
Desgostoso com o comentário, Veridiano – que se define como jornalista, radialista, professor de humanas, historiador e católico – decidiu responder a crítica social com uma demonstração violenta de misoginia voltada diretamente contra a jornalista.
Com palavras agressivas e de baixo calão, seguiu com uma série de ofensas.
Na manhã desta sexta-feira, 20, Géssika Costa – que já informou que pretende formalizar um Boletim de Ocorrência – publicou, ainda, uma nota em resposta aos ataques do professor de humanas.
“*”Afundar o pepino em vc”
Fiz uma crítica à gestão da chamada “cidade iluminada”, e o “jornalista, radialista, professor de humanas, historiador e católico” Rodrigo Veridiano respondeu com uma atitude inadmissível: violência de gênero, falta de educação e ausência completa de argumentos.
Incapaz de interpretar uma frase, ele retrucou de forma baixa e carregada de misoginia.
Não conhece minha trajetória ou minhas lutas, mas ainda assim se sentiu à vontade para escrever o que escreveu, acreditando no silêncio e na impunidade.
Se ameaçou “afundar um pepino em mim”, saiba que a internet não é terra sem lei.
Pessoas desse tipo, projetos mal-acabados de misoginia, não me intimidam.
Sou mulher, preta e jornalista. Nunca fugi à luta, e não será agora que o farei.
É inadmissível que ainda enfrentemos comportamentos tão retrógrados, especialmente vindos de alguém que se apresenta como “professor”.
A violência de gênero — seja expressa por palavras ou atos — não pode ser normalizada, minimizada ou tratada como uma simples divergência de opinião.
Se o dever do jornalista é refletir as preocupações de seu tempo, fico satisfeita de tê-lo incomodado.”
A nota recebeu diversas manifestações de solidariedade de jornalistas de Alagoas, além de repúdio à fala de ódio de Veridiano.
Nesta manhã, Rodrigo Veridiano apagou o comentário. A Mídia Caeté tentou entrar em contato com ele, mas até a finalização da reportagem não houve resposta.
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Wanessa Oliveira — Mídia Caeté