Israel anunciou neste sábado (26) que retomou o envio de comida por meio de aviões a Gaza.
Além disso, informou que vai permitir a abertura de corredores humanitários para entrega de ajuda por terra e implementar pausas humanitárias em áreas densamente povoadas do território palestino.
O anúncio foi feito em meio à pressão internacional em razão da crise humanitária vivida pelos moradores do enclave, controlado pelo grupo terrorista Hamas.
“Os lançamentos aéreos incluirão sete paletes de ajuda contendo farinha, açúcar e alimentos enlatados, a serem fornecidos por organizações internacionais”, acrescentaram os militares em um comunicado.
Os lançamentos aéreos não são o método mais indicado para a ajuda humanitária, porque eles têm um impacto limitado e não é garantido que realmente cheguem à população local, segundo especialistas.
A ONU afirma que a melhor forma de prestar ajuda aos palestinos é removendo todos os bloqueios terrestres à entrada de ajuda.
Os corredores humanitários serão usados para permitir a movimentação segura de comboios da Organização das Nações Unidas (ONU) que entregam alimentos e medicamentos à população da região, segundo o Exército israelense.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel, uma pausa humanitária será implementada neste domingo (27) em centros de apoio e em corredores humanitários.
ONU afirma que situação em Gaza é “show de horrores”
A volta da permissão da ajuda aérea ocorre em um momento de agravamento da crise humanitária em Gaza, com crescente desnutrição e alastramento da fome entre os dois milhões de palestinos.
A ONU descreve a atual situação como um “show de horrores”.
Mais de 100 ONGs especializadas denunciam “fome em massa” no território.
Relatos de fome extrema e generalizada se tornaram mais frequentes, e pelo menos 45 pessoas morreram de fome em Gaza desde o início desta semana, segundo a Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
“As pessoas em Gaza não estão nem mortas nem vivas, são ‘cadáveres ambulantes’: disse-me um colega em Gaza nesta manhã”, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, na quinta-feira (24).
Um vídeo divulgado pela agência Reuters na quinta-feira mostrou crianças palestinas atendidas com desnutrição severa em um hospital de Khan Younis, em Gaza.
O World Food Program (WFP), braço das Nações Unidas dedicado à alimentação, disse nesta sexta-feira (25) que quase um terço da população palestina “não come durante dias seguidos”.
O governo Netanyahu culpa a ONU e o grupo terrorista Hamas por impedir que os alimentos cheguem à população palestina.
A operação militar de Israel em Gaza matou mais de 59 mil palestinos, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
O ataque terrorista feito pelo grupo a Israel em 2023 deixou 1,2 mil mortos – a maioria também de civis –, e 250 pessoas foram feitas reféns.
Redação G1


