Quem foi Louis Pasteur, químico que revolucionou o combate a doenças

Cientista mudou o entendimento sobre causa de doenças; primeiras pesquisas foram sobre razão de vinhos azedarem
Cientista francês teve como entusiasta Dom Pedro II, mudou o entendimento sobre a causa de enfermidades, contribuindo para o desenvolvimento de diversas vacinas e a redução da mortalidade no século 19. (Foto: reprodução)

Considerado um dos pais da microbiologia, ciência que estuda os microrganismos como vírus, protozoários e bactérias, o francês Louis Pasteur foi um dos cientistas mais influentes do século 19.

Suas descobertas ajudaram a mudar o entendimento científico sobre a causa das doenças, contribuindo para uma redução global da mortalidade.

Por sua contribuição para a humanidade, ferramentas de busca no ambiente virtual o homenageiam, registrando a data de seu aniversário, neste 27 de dezembro.

Pasteur nasceu em 1822 na comuna de Dole, na França, e viveu até os 72 anos.

Primeiras descobertas

Embora seja um dos pais da microbiologia, os primeiros estudos científicos de Pasteur foram na área da química, que começou a estudar a partir de 1843 na Escola Normal Superior de Paris.

Especializou-se em cristalografia, ciência que estuda a composição dos cristais. Foi ele quem descobriu a assimetria molecular e conseguiu demonstrar pela primeira vez a propriedade da quiralidade – façanha que rendeu a ele, aos 26 anos de idade, o reconhecimento da Legião de Honra Francesa.

Fermentação

Em 1956, Pasteur era professor decano de química da Universidade de Lille quando, a pedido de vinicultores e cervejeiros da região, decidiu investigar o motivo pelo qual os produtos azedavam.

À época, acreditava-se que a fermentação ocorria por decomposição.

Pasteur conseguiu demonstrar que, na verdade, as leveduras eram responsáveis por esse processo, e que diferentes microrganismos contaminam o vinho e a cerveja, produzindo sabores não interessantes.

A partir dessa ideia, Pasteur descobriu que altas temperaturas interrompiam a atividade dos organismos microscópicos, levando-o a desenvolver o método da pasteurização para evitar a contaminação dos produtos.

Microbiologia

A fermentação e a contaminação dos alimentos por microrganismos levaram Pasteur à ideia de que os humanos também pudessem ser infectados.

Esse princípio foi a base para fundar a área da microbiologia.

Os estudos na área buscaram colocar em xeque as teorias vigentes da época, como a da geração espontânea e a dos humores, e levou ao desenvolvimento da teoria microbiológica da doença, que afirma que muitas enfermidades humanas são causadas por vírus, bactérias e protozoários.

Vacina antirrábica

A partir do princípio de que microrganismos causam doenças, a chave para tratá-las estava em identificá-los e detê-los.

Com essa ideia, ele começou a estudar, a partir de 1877, as bactérias causadoras da cólera aviária.

Ao cultivar os micróbios em laboratório, ele percebeu que algumas das amostras não mais induziam a doença em galinhas saudáveis.

Depois de injetar essas bactérias ineficazes em galinhas doentes, Pasteur percebeu que os bichos começaram a se recuperar.

A descoberta levou ao desenvolvimento, em 1885, da primeira vacina da história contra a raiva, uma doença viral que acomete humanos.

Instituto

Ao desenvolver a imunização contra a raiva e mostrar para o mundo a importância de estudar a microbiologia, Pasteur decidiu criar um instituto para estudar outras vacinas.

Em 1887, ele começou a arrecadar recursos para o Instituto Pasteur, com contribuições de diversos países.

Um dos maiores entusiastas foi o imperador do Brasil Dom Pedro II, que era amigo de Louis Pasteur e buscava uma forma de acabar com a febre amarela.

Ao longo de mais de um século de pesquisas, o Instituto Pasteur foi responsável por descobertas que ajudaram a combater doenças como difteria, tétano, tuberculose, poliomielite, gripe e peste bubônica.

Marília Marasciulo – Revista Galileu/Globo

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