PT de Maceió é obrigado a tirar nome de candidato à Prefeitura

Com isso, legenda deverá centrar esforços na campanha para a Câmara; articulação nacional levou à medida
Prefeitura de Maceió: PT estava com nome de pré-candidato já definido, mas, articulações nacionais levaram partido a “reposicionar” estratégia: “o Diretório Municipal acatará a decisão da Executiva Nacional (...) nosso adversário é o bolsonarismo”, diz nota oficial divulgada nesta segunda-feira (29). (Foto: reprodução)

O PT em Maceió deverá dirigir o foco da campanha para as eleições municipais deste à obtenção do maior número de vagas na Câmara Municipal.

Esta deve ser, na prática, uma das posições da militância do partido que está hoje à frente do governo federal, em especial, após a diretriz da direção nacional de que, em vez de ter candidato próprio, o PT de Maceió apoie o nome indicado pelo nome MDB.

As duas legendas já tinham definido seus pré-candidatos: o do presidente estadual Ricardo Barbosa, pelo PT, e de Rafael Brito, pelo MDB.

Nesta segunda-feira (29) à tarde, a direção do diretório do PT na capital divulgou nota sobre os novos movimentos:

“O Diretório Municipal acatará a decisão da Executiva Nacional, mesmo compreendendo que a melhor estratégia política seria a candidatura de Ricardo Barbosa (PT/PV/PCdoB) e de Eliane Silva (PSOL/REDE) a Prefeitura de Maceió”, diz trecho inicial da nota, assinada pelo presidente do diretório municipal, Marcelo Nascimento.

“Amanhã (terça-feira) [26], vamos reunir a Executiva Municipal para discutir os encaminhamentos a partir desta decisão e reposicionar a estratégia eleitoral, visando fortalecer as candidaturas petistas ao Parlamento Municipal”, enfatiza, em trecho.

“Em Maceió, nosso adversário é o bolsonarismo”, endossa o documento, logo adiante.

“Vamos intensificar os esforços com as forças democráticas da sociedade maceioense para derrotar o projeto bolsonarista.”, finaliza a nota oficial.

Os dirigentes partidários só se manifestaram em caráter oficial, por meio da nota, mas, o espaço apurou que, a exemplo da filiação da vereadora Teca Nelma, esta foi também, uma decisão “de cima para baixo”, em que as articulações feitas em Brasília (DF) ou, ainda, com Curitiba (PR), definem de modo não muito democrático – ou mesmo desfazem – articulações ou decisões já tomadas pelas instâncias locais.

Porém, de modo também democrático, os militantes seguem as deliberações de dirigentes nacionais – atitude a que, em grande parte, se deve a força e coesão da legenda em todo o país.

A propósito das instâncias de decisão, a medida afetará apenas o quadro para em Maceió.

No último sábado, por exemplo, o deputado federal pelo partido, por Alagoas, Paulão, esteve em Arapiraca, para confirmar a aliança entre PT e MDB, que apoiará a reeleição do prefeito Luciano Barbosa, na segunda maior alagoana.

A reportagem apurou que na quarta-feira (31), a executiva da federação em que está o PT deve se reunir para tratar da mesma medida citada na nota oficial.

A federação Brasil da Esperança é composta, além do PT, pelo PV e pelo PcdoB.

Quando da filiação da vereadora, também costurada em instâncias fora de Alagoas, dirigentes das legendas se pronunciaram contrários à forma de negociação.

O espaço apurou ainda que estiveram à frente da definição acerca de Maceió, o presidente nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (MDB–SP), e o colega de plenário da Câmara dos Deputados, o alagoano Isnaldo Bulhões Barros Júnior.

Mas, as negociações teriam envolvido ainda o senador Renan Calheiros e a presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT–PR).

E o governador de Alagoas também teria tido reuniões com a dirigente petista.

No próximo domingo, a federação, em caráter conjunto, fará a convenção para definição de seus nomes para as eleições municipais na capital, para este ano.

A reunião está marcada para 8h30, no Hotel Enseada, na Pajuçara.

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