Uma professora da rede pública de Arapiraca, inovou nas atividades lúdicas durante a semana da criança e realizou um “spa day”, com direito a máscara facial e rodelas de pepino no rosto dos alunos da Educação Infantil.
O vídeo já tem mais de 30 mil visualizações nas redes sociais.
Nas imagens é possível ver as crianças, com idades entre 6 e 7 anos, sentadas na sala de aula da Escola de Tempo Integral Mário César Fontes, recebendo os cuidados da professora Samilly Nascimento, deixando a turma bem quietinha e relaxada.
“Eu queria fazer algo diferente, algo que eles nunca tivessem experimentado, nem em sala de aula, e acredito que muitos nem em casa”.
“Foi aí que pensei: por que não um dia de spa? Algo que pudesse acalmá-los e marcar a infância deles de uma forma especial”, explicou a professora.
A ideia do “spa day” veio como parte de uma série de atividades temáticas planejadas para a semana que contou com dinâmicas e contação de histórias.
“O spa day foi uma surpresa para eles. Quando comecei a preparar as rodelas de pepino e as máscaras faciais, eles ficaram encantados e curiosos, querendo saber para que serviam.”
Samilly disse que ficou surpresa com a repercussão do vídeo.
“Foi incrível ver a reação das crianças e, depois, o impacto que isso teve na Internet”.
“Recebi muitos elogios, tanto da equipe da escola quanto de outras professoras, que também se inspiraram e adotaram a ideia em suas turmas”, relatou.
Essa não foi a única atividade criativa promovida pela professora.
Ela também organizou o “dia da mochila maluca”, onde as crianças, junto com seus pais, confeccionaram mochilas personalizadas com ideias inusitadas.
“Eu quis criar algo que tirasse as crianças da rotina e aproximasse os pais do processo”.
“Fiquei impressionada com a criatividade e o vínculo afetivo que essa atividade gerou entre as famílias”.
“Foi algo muito especial.”
Psicóloga fala sobre a importância das atividades lúdicas para as crianças
Em várias escolas de Maceió, a semana da criança foi marcada por brincadeiras e uma das mais comentadas foi o ‘dia do cabelo maluco’. Assim como a ‘mochila maluca’, os pais se desdobraram na criatividade para deixar a cabeça das crianças coloridas e divertidas.
O G1 (responsável por esta reportagem) entrevistou a psicóloga Aldynne Fernandes que reforçou a importância das atividades lúdicas no ambiente escolar.
Ela explicou que brincadeiras como essas colaboram com o desenvolvimento integral da criança, tanto a parte cognitiva de aprendizagem, como a social, emocional, motor, afetiva.
“Ela vai ajudar para que a criança sinta a escola como um ambiente de aprendizagem significativa”.
“Vai estabelecer um vínculo melhor com os educadores, com os profissionais que trabalham na escola”.
“Por meio dessas brincadeiras, dessas atividades, além de ser muito divertido, vai ajudá-los a aprenderem a socializar, a resolver em problemas, ao pensamento crítico, a expressar as emoções, a lidar melhor com as emoções”, explicou Aldynne.
Porém, a psicóloga reforçou que atividades como o cabelo ou a mochila “maluca” não podem ser transformadas em competição, tanto entre as crianças como entre os responsáveis.
“O foco precisa ser sempre a diversão, a brincadeira, a animação e não uma comparação”.
“Para isso, as famílias podem agir de uma forma mais assertiva, como, por exemplo, fazer com que a criança participe de forma ativa da escolha”.
“Não é um momento da mãe, não é um momento do pai que vai lá e escolhe e só faz”.
“A criança precisa gostar, precisa se identificar”, ressalta.
Sonho de ser professora
Desde abril deste ano, quando ingressou na rede pública de ensino, Samilly tem se destacado por suas práticas pedagógicas inovadoras, sempre buscando métodos lúdicos que ajudem as crianças a aprender de forma divertida e significativa.
“Eu sempre busco criar algo diferente, trazer algo novo”.
“Acredito que, quando as atividades são lúdicas, as crianças se concentram mais e aprendem de uma maneira mais leve. Não quero que minhas aulas sejam vistas como algo chato, que elas sintam receio de vir para a escola.”
Samilly, que sempre sonhou em ser professora, acredita que sua missão é não apenas alfabetizar, mas também proporcionar experiências marcantes para seus alunos.
“Cada criança tem seu tempo de aprendizagem, e é meu trabalho identificar as dificuldades de cada uma e encontrar formas de tornar o aprendizado uma experiência positiva. Meu objetivo é que, ao final do ano, todas elas saiam alfabetizadas e prontas para avançar nas próximas etapas da educação.”
As atividades ajudam a professora a ter um domínio de sala e prender atenção dos alunos na hora da explicação.
Ela comemora as conquistas.
“Já tenho 7 alunos alfabetizados e os outros são silábicos! Isso é um orgulho enorme porque quando entrei eles não sabiam ler. Alguns nem no lápis conseguiam pegar direito. Mas graças a Deus todos eles evoluíram bastante”, disse orgulhosa.
Heliana Gonçalves — G1 / AL
