As irmãs gêmeas idênticas Larissa Camile Lazzarin e Letícia Aline Lazzarin, de 19 anos, têm feito sucesso nas redes sociais compartilhando curiosidades dos respectivos relacionamentos com os também gêmeos idênticos Filipe Orsato e Lucas Orsato, de 21 anos.
Nos vídeos bem-humorados, os dois casais brincam com as semelhanças, com clichês de gêmeos usarem as mesmas roupas, além de falarem das eventuais confusões para adivinhar quem é quem.
As irmãs contam que antes do namoro com os irmãos, compartilhavam vídeos de entretenimento, mas tinham dado uma pausa. Em maio de 2023, Larissa teve a ideia de um vídeo entre os quatro e a brincadeira rendeu tanto que ultrapassou rapidamente um milhão de visualizações.
Pouco mais de seis meses depois da primeira postagem, eles somam mais 770 mil seguidores no TikTok, cerca de 600 mil no Youtube e mais de 700 mil seguidores no Instagram.
O caso não desperta curiosidade à toa.
O médico geneticista Salmo Raskin, doutor em Genética pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), explica que, em média, uma a cada 40 gestações é de gêmeos.
Casos de gêmeos idênticos, também chamados de univitelinos ou monozigóticos – formados a partir de um único óvulo e um único espermatozoide –, são ainda mais raros, segundo o especialista.
“Os gêmeos idênticos são um terço dos casos [de gestações gemelares] e eles acontecem em uma a cada duzentas e cinquenta gestações, então é bem raro o nascimento de gêmeos idênticos”, destaca.
Os quatro são de Toledo, cidade com pouco mais de 150 mil habitantes no oeste do Paraná, e relatam que já fizeram brincadeiras, em especial os irmãos, para tentar confundir as hoje noivas, inclusive com vídeos publicados nas redes sociais.
As irmãs garantem que, na prática, as tentativas de confundi-las não funcionaram tão bem. Entenda no vídeo acima.
Entre as diferenças físicas das irmãs apontadas pelos respectivos noivos estão a altura e o comprimento do cabelo.
Larissa é a mais alta, Letícia tem cabelos mais longos e algumas sardas no rosto.
No entanto, Filipe e Lucas afirmam que não precisam lembrar dessas diferenças para identificar qual é qual.
“Brincamos com a questão da barba, mas ninguém nunca beijou errado, nem abraçou nada! […] Como a gente vive bastante tempo junto, meio que eu acho que não tem tanto assim, tipo uma técnica decorada. Tipo, a minha (Letícia) é mais baixa, só que pelo olhar, o jeito que anda, o jeito que fala, já sabemos qual que é”, disse Filipe.
“É automático já para a gente”, disse Letícia. Larissa complementa que o noivo e o cunhado “são pessoas completamente diferentes”.
As irmãs também garantem que os sorrisos dos irmãos são diferentes um do outro. Além disso, Filipe usa óculos, Lucas não.
“O povo acha que a gente confunde, mas é só entretenimento. O que acontece é, às vezes, de longe, assim a gente dá uma esperada”, brincou Lucas.
Casamento em dose dupla
Larissa é noiva de Lucas e conta que, apesar de viverem na mesma cidade, só se conheceram quando passaram a estudar na mesma escola no ensino médio.
“Eu acho que a gente quase sempre morou tipo a três minutos de distância da casa deles, mas nós não sabíamos que a gente morava tão perto assim, a gente nem se conhecia”, afirmou Larissa.
As primeiras conversas entre Larissa e Lucas foram pelas redes sociais, em 2019. Tempo depois, Letícia e Filipe também se interessaram um pelo outro.
Papo vai, papo vem, os quatro decidiram marcar um encontro em fevereiro de 2020. Começava ali a história dos dois casais.
Juntos há quase quatro anos, os dois casais de noivos planejam o casamento, que será realizado apenas no civil em fevereiro deste ano.
Os casais afirmam que uma pergunta frequente após anunciarem o casamento é quando vêm os filhos. Eles contaram que planejam os filhos para daqui cinco anos, no mesmo período.
Se os dois casais tiverem filhos, o médico geneticista Salmo Raskin explica que ocorrerá algo ainda mais raro: o que a ciência chama de “gêmeos quaternários”, primos que, na prática, terão DNA tão parecido quanto se fossem irmãos.
“Geneticamente eles têm mais material genético em comum, esses primos, do que de pais que não são gêmeos. Então, eles têm material como se fossem geneticamente de irmãos”, disse o médico.
“O número de gêmeos quaternários, da população, é muito pequeno, porque ser gêmeo já é raro, ser gêmeo monozigótico é mais raro ainda. Casarem-se entre gêmeos é mais raro ainda”, explicou.
Brincadeira virou negócio
Vendo o alcance que as brincadeiras tiveram entre os seguidores, os dois casais agora investem nos vídeos, que passaram a ser fonte de renda dos quatro estudantes.
Os irmãos permanecem estudando Ciências Econômicas e as irmãs Psicopedagogia.
Além disso, eles mantêm uma rotina de planejamento das gravações, edição e monitoramento das redes sociais.
Recentemente eles ainda contrataram uma empresa que cuida da parte jurídica e de parcerias pagas que têm surgido.
Gilvana Giombelli, Manuella Mariani – G1/PR — Foz do Iguaçu