A Procuradoria-Geral da República (PGR) não vê motivos, no momento, para que Jair Bolsonaro (PL) seja preso ou sofra sanções mais graves por ter passado duas noites na Embaixada da Hungria.
Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-Geral da República, Paulo Gonet, analisou que não restou configurada a tentativa do ex-presidente em pedir asilo político na representação diplomática, após apreensão de seu passaporte.
No documento ainda sigiloso, Gonet analisou que “A estada pelo próprio relatado não caracteriza infringir nenhuma das medidas de cautela a que está sujeito”, disse.
A informação sobre o conteúdo da manifestação de Gonet foi dada em primeira mão por Basília Rodrigues, da CNN.
A reportagem do Metrópoles (responsável por esta matéria) confirmou o teor do documento.
A Polícia Federal investiga a estadia e visitas recebidas por Jair Bolsonaro no período em que o ex-presidente brasileiro se hospedou na Embaixada da Hungria em Brasília, no mês de fevereiro.
O episódio revelado em reportagem do jornal New York Times, no final de março, segundo a qual Jair Bolsonaro se escondeu durante dois dias na Embaixada da Hungria em Brasília, em fevereiro, após ter tido o passaporte apreendido pela Polícia Federal, é analisado com cautela e investigado em diversas pontas.
Imagens
Imagens publicadas pelo jornal americano mostram que o ex-presidente passou dois dias na embaixada húngara na capital, entre os dias 12 e 14 de fevereiro.
O país europeu tem como primeiro-ministro Viktor Orbán, representante da extrema-direita e um dos poucos líderes aliados de Bolsonaro no exterior.
Em 8 de fevereiro, por ordem de Alexandre de Moraes, o passaporte de Bolsonaro foi entregue à PF na Operação Tempus Veritatis.
No prédio da representação da Hungria no Brasil, Bolsonaro não poderia, por exemplo, ser preso.
Agora, a PGR se manifesta, a pedido de Moraes que não houve pedido de asilo.
Manoela Alcântara