Petrobras divulga resultado nesta 5ª – mais uma vez, toda atenção fica para dividendo

Proventos da (PETR4 – como ação da companhia é denominada na Bolsa) geram expectativa após falas do presidente Jean Paul Prates
Sede da companhia: em entrevista, presidente Jean Paul Prates afirmou que a Petrobras “será mais cautelosa no pagamento de dividendos extraordinários”. (Foto: reprodução)

A Petrobras (PETR4) divulga nesta quinta-feira (07), após o fechamento do mercado, seu resultado do quarto trimestre de 2023 (4T23).

Com os números de produção e vendas já divulgados – e sugerindo um resultado positivo –, analistas, mais uma vez, aguardam com mais ansiedade a quantia que será distribuída aos acionistas em forma de proventos, que deve ser anunciada com os resultados.

A atenção quanto a esse assunto ganha força após as recentes declarações do presidente da estatal, Jean Paul Prates.

Em entrevista no fim de fevereiro para a Bloomberg, Prates afirmou que a Petrobras “será mais cautelosa no pagamento de dividendos extraordinários”, à medida que se move para se tornar uma potência de energia renovável, direcionando mais investimentos – e caixa – para esse braço.

Apesar de a companhia logo depois ter falado que nada está decidido, investidores aguardam mais sinalizações nessa frente.

Como Prates também afirmou que a intenção da Petrobras é em dez anos ter metade da receita proveniente de renováveis, o tamanho dos aportes pode ser considerável.

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Os analistas veem espaço para que a Petrobras recompense os investidores com bilhões de dólares em dividendos extraordinários.

Para o Goldman Sachs, dado que a estatal ainda tinha que pagar este ano o dividendo de US$ 3,5 bilhões anunciados com os resultados do terceiro trimestre, e havia a previsão para outro dividendo ordinário de US$ 3,6 bilhões para o quarto trimestre, há capacidade para o pagamento de até US$ 8 bilhões em dividendo extraordinário.

O Citi vê espaço para até US$ 7 bilhões.

A XP foi na mesma linha, afirmando que “todos os olhos estão voltados para o anúncio de dividendos extraordinários”.

A casa enxerga que a Petrobras deve trazer um pagamento mínimo de US$ 3,9 bilhões, com os extraordinários ficando, no cenário base, em aproximadamente US$ 5,5 bilhões.

A Petrobras foi a segunda maior pagadora de dividendos no setor de petróleo em 2022, atrás apenas da Saudi Aramco.

Quanto ao operacional, a maioria das casas está otimista em relação aos números trazidos pela Petrobras.

A companhia, apesar do recuo do Brent na base sequencial no quarto trimestre, deve trazer receita líquida, Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) e lucro líquido avançando.

“Esperamos que a Petrobras relate resultados sequenciais mais fortes”, explica a instituição.

“Os principais impulsionadores para o desempenho mais forte trimestralmente são a maior produção, menores custos de exploração e melhores resultados downstream”, explica o Bank of America.

O banco americano destaca que a produção doméstica da estatal foi de 2,3 milhões de barris de petróleo por dia, alta de 1,9% na comparação com o terceiro trimestre e de 11,1% no ano.

A melhoria, segundo a equipe de análise, pode ser amplamente explicada pela aceleração da exploração nos campos de Itaipu, Búzios e no complexo de Marlim.

A produção do pré-sal representou 82% da produção doméstica de petróleo da empresa.

O fortalecimento do braço de exploração também foi percebido na frente de gás e energia da Petrobras, com a produção crescendo 8% no ano.

“Houve também um forte aumento nas vendas totais de eletricidade devido à necessidade de maior despacho termoelétrico para atender o pico de demanda”, acrescenta a XP.

Em refino, a empresa registrou uma queda da utilização das suas plantas de 2% frente ao período de julho a setembro.

“Notamos que a venda de produtos de petróleo caiu cerca de 5%, principalmente impulsionada pela menor demanda sazonal por diesel e maior participação do etanol no ciclo otto no caso dos volumes de gasolina”, diz o Goldman.

Contudo, o recuo dessa frente, bem como a queda da importação dos derivados (de 12% no trimestre e 51% no ano) deve ajudar a melhorar as margens da petroleira.

De acordo com a LSEG, o consenso para a receita líquida da Petrobras é de R$ 133 bilhões, para o Ebitda, de R$ 75,3 bilhões e para o lucro líquido, de R$ 35 bilhões.

Vitor Azevedo — Infomoney

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