Na pesquisa do Ibrape, noticiada pela Tribuna do Sertão (e trazida no portal), outros pontos chamam a atenção além do apoio esmagador à investigação na Braskem.
De acordo com o levantamento, nada menos que 92% dos maceioenses apoiam uma investigação sobre o acordo firmado pelo prefeito JHC (PL) e a mineradora.
Pelo acerto, a Braskem repassou – em julho – R$ 1,7 bilhão e o município, mediante assinatura da autoridade que responde por ele – o prefeito –, dá quitação de todos os danos causados à cidade.
Além do que o município cede, nada menos que 20% de sua área urbana à empresa.
Aliás, essa á uma contestação de muitos críticos antigos da ação da mineradora, das autoridades, das negociações e da forma como se deu a apropriação daquela parte de Maceió, a exemplo do empresário Alexandre Sampaio, líder da associação que representa os empreendedores afetados.
Em outras palavras: a empresa fez o que fez, pagou, fica com uma fatia da cidade e “tchau, fui” …
Porém, para além dessas aberrações, vale destacar que, segundo a pesquisa, 55% responderam que tinham conhecimento do acordo, porém, apenas 39% sabiam da doação dos terrenos.
Claro que os interessados em fazer passar um acordo espúrio desses iriam usar de todos os elementos de uma boa retórica para disfarçar ou mesmo turvar os verdadeiros termos do acordo.
Para não falar em dor de cabeça – que espanta –, chama de cefaleia – que fica até elegante.
Mas, como cidadãos, os maceioenses tinham mais é que procurar saber o que havia por trás das letrinhas.
Aí é uma cobrança que se pode fazer ao cidadão – o detentor do direito de cidadania: se sabia do acordo, como desconhece que um dos termos era a “doação” de parte da cidade?