Os pedidos de recuperação judicial caíram pela primeira vez em seis meses no Brasil.
Em dezembro de 2023, foram registradas 102 solicitações de processos desse tipo, numa queda de 41,7% sobre novembro, com 175 requerimentos.
Na comparação com dezembro de 2022, houve elevação de 32,5%.
Em todo o ano passado, contudo, ocorreram 1.405 solicitações de recuperação judicial.
O número representou uma alta de 68,7% em relação a 2022.
Esse foi o maior patamar registrado desde 2020 e o quarto maior índice da série histórica de medições, iniciada pela Serasa Experian em 2005.
Em 2017, por exemplo, o número havia ficado em 1.420 e, em 2018, em 1.408.
“O ano passado foi marcado por um recorde de inadimplência das empresas, influenciando significativamente o panorama da recuperação judicial”, diz o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
“Embora os sinais de melhoria tenham começado a surgir, como a queda da inflação e das taxas de juros, a reação no cenário de recuperação judicial mostra-se mais lenta.”
Em 2023, o setor de “serviços” foi o responsável pela maior parte dos requerimentos de recuperação judicial, com 651 pedidos.
O “comércio” apareceu em segundo lugar, com 379 solicitações.
Em relação ao porte das companhias, as “micro e pequenas empresas” (MPEs) foram as que mais entraram com pedidos de recuperação judicial, com 939.
Em seguida, vieram os “negócios médios” (331) e os “grandes” (135).
Falências
Os pedidos de falência também tiveram alta em 2023.
Eles somaram 983, ante 866 em 2022, um aumento de 13,5%.
Foram as “micro e pequenas empresas” que puxaram a fila das falências, com 546 solicitações, seguidas pelas “médias” (231) e grandes companhias (206).
O setor que liderou o ranking das falências foi o de “serviços” (373), seguido pela “indústria” (311), “comércio” (292) e “primário” (7), que abrange o agronegócio.
Carlos Rydlewski