Pedidos de recuperação judicial caem pela primeira vez em 6 meses

Em dezembro, foram 102 solicitações, ante 175 em novembro; 2023 registrou aumento de 69%
Em todo o ano passado, foram feitos 1.405 pedidos de recuperação judicial; maior patamar registrado desde 2020 e o quarto maior índice da série histórica de medições, iniciada pela Serasa Experian em 2005. (Foto: reprodução)

Os pedidos de recuperação judicial caíram pela primeira vez em seis meses no Brasil.

Em dezembro de 2023, foram registradas 102 solicitações de processos desse tipo, numa queda de 41,7% sobre novembro, com 175 requerimentos.

Na comparação com dezembro de 2022, houve elevação de 32,5%.

Em todo o ano passado, contudo, ocorreram 1.405 solicitações de recuperação judicial.

O número representou uma alta de 68,7% em relação a 2022.

Esse foi o maior patamar registrado desde 2020 e o quarto maior índice da série histórica de medições, iniciada pela Serasa Experian em 2005.

Em 2017, por exemplo, o número havia ficado em 1.420 e, em 2018, em 1.408.

“O ano passado foi marcado por um recorde de inadimplência das empresas, influenciando significativamente o panorama da recuperação judicial”, diz o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

“Embora os sinais de melhoria tenham começado a surgir, como a queda da inflação e das taxas de juros, a reação no cenário de recuperação judicial mostra-se mais lenta.”

Em 2023, o setor de “serviços” foi o responsável pela maior parte dos requerimentos de recuperação judicial, com 651 pedidos.

O “comércio” apareceu em segundo lugar, com 379 solicitações.

Em relação ao porte das companhias, as “micro e pequenas empresas” (MPEs) foram as que mais entraram com pedidos de recuperação judicial, com 939.

Em seguida, vieram os “negócios médios” (331) e os “grandes” (135).

Falências

Os pedidos de falência também tiveram alta em 2023.

Eles somaram 983, ante 866 em 2022, um aumento de 13,5%.

Foram as “micro e pequenas empresas” que puxaram a fila das falências, com 546 solicitações, seguidas pelas “médias” (231) e grandes companhias (206).

O setor que liderou o ranking das falências foi o de “serviços” (373), seguido pela “indústria” (311), “comércio” (292) e “primário” (7), que abrange o agronegócio.

Carlos Rydlewski

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