O deputado estadual Cabo Bebeto utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) para manifestar sua indignação diante da tragédia ocorrida do último fim de semana, envolvendo um major da reserva da Polícia Militar de Alagoas.
O militar manteve cinco familiares reféns, assassinou o próprio filho de 10 anos e seu ex-cunhado, um sargento – também da reserva da corporação –, de 61 anos, antes de ser morto.
Cabo Bebeto destacou que o major Pedro estava custodiado em um local inadequado.
“A academia não é presídio”, declarou, ao fazer pronunciamento em sessão, na última terça-feira (10).
“Não tem efetivo nem estrutura para isso”, alertou.
Segundo o parlamentar, documentos foram encaminhados ao Judiciário informando a precariedade do local.
“O major foge, mata as pessoas e é morto”.
Num surto psicótico que talvez tenha dado sinais e o Estado insiste em não tratar”, afirmou.
Em comentários em portais de noticiosos que reportaram o caso, pessoas disseram que o militar tinha histórico de violência doméstica, motivo pelo qual estava preso desde o mês de janeiro.
O parlamentar, ao se referir ao caso, chamou atenção para o desgaste emocional e psicológico dos profissionais da segurança pública.
“É uma profissão que exige trabalho contínuo”.
“Quando promovidos, precisam ser avaliados”.
“São transferidos de cidade sob a justificativa de interesse público, veem colegas serem promovidos enquanto eles não, enfrentam noites sem dormir e presenciam o adoecimento de companheiros”.
“Isso é reflexo de anos de abandono por parte do Governo”, criticou.
Cabo Bebeto disse lamentar que a Lei nº 9.215, de sua autoria e aprovada há mais de um ano, ainda não tenha sido totalmente implementada.
“A situação é lamentável”.
“Não quero inocentá-lo”, disse ao se referir ao major Pedro, “mas o Estado precisa cuidar dos policiais”.
“A lei está aí desde 2024 e não se vê uma atitude concreta; é uma pena que só deem atenção depois de uma tragédia como essa”.
O parlamentar também criticou a ausência de ações do Executivo na aplicação dos recursos destinados à saúde dos militares.
Segundo ele, por quatro anos consecutivos, realizou remanejamentos orçamentários, a Assembleia Legislativa aprovou, foram sancionados pelo governador para reformar o Centro Hospitalar da Polícia Militar (CHPM), mas os valores nunca foram executados.
O deputado finalizou cobrando mudanças urgentes na forma como o Estado lida com os profissionais da segurança.
“A PM não tem psiquiatra, não tem lanterna para quem trabalha à noite, mas vai ter câmeras corporais”.
“Somos formados para atender a sociedade com a maior delicadeza e energia, mas esse equilíbrio não é fácil”.
Ele também denunciou a sobrecarga imposta aos policiais civis.
“O Estado ‘rouba’ 10 horas dos policiais civis, isso adoece, todos sentem”.
“Temos o compromisso de fazer a diferença na vida das pessoas.”
Com informações — ASCOM Cabo Bebeto