Operação mostra que mulheres assumem comando de organizações criminosas

Diligências feitas por órgãos de segurança apontam 14 mulheres em funções estratégicas, após a prisão de companheiros
Secretário executivo e demais dirigentes de órgãos de forças de segurança que participaram da operação: 14 mulheres foram apontadas como participantes ativas da organização criminosa – com a prisão dos companheiros, elas assumiram funções estratégicas; “as mulheres têm recebido um protagonismo significativo no tráfico de drogas, agindo como intermediárias entre os líderes presos e as operações externas”, explicou o diretor da DRACCO, delegado Igor Diego. (Foto: reprodução)

Pelo menos 24 pessoas foram presas na operação desencadeada na última terça-feira (21).

Ao todo, foram expedidos 84 mandados de prisão, busca e apreensão.

As diligências foram realizadas em ação integrada, envolvendo mais uma de corporação, além da Polícia Civil, com o objetivo de desmantelar organização criminosa envolvida em tráfico de drogas, porte ilegal de armas e homicídios.

De acordo com as investigações conduzidas pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) da Polícia Civil de Alagoas, o grupo criminoso atuava em diversas cidades alagoanas, como Maceió, Rio Largo, Atalaia, Viçosa e Limoeiro de Anadia, além de Tamandaré, em Pernambuco.

As investigações, que duraram seis meses, foram realizadas em conjunto com a Polícia Militar, Polícia Penal e o Comando Aéreo de Alagoas.

Em entrevista concedida após o balanço preliminar da operação, o secretário executivo de Gestão Interna, delegado José Carlos, destacou o impacto da operação no combate ao crime organizado.

“Essa ação reflete o comprometimento de nossas forças de segurança em garantir a tranquilidade da população”.

“Não mediremos esforços para enfraquecer as organizações criminosas que tentam impor o medo e a violência em nosso estado”, afirmou.

O chefe da Inteligência Integrada da SSP, delegado Gustavo Henrique, informou que os líderes da organização criminosa já estavam presos: um no Presídio do Agreste, em Alagoas, e outro no Presídio de Palmares, em Pernambuco.

Mesmo presos, eles comandavam as atividades criminosas por meio de cartas que eram entregues às suas esposas ou companheiras.

Essas mensagens continham ordens para a execução de crimes, incluindo homicídios e a organização do tráfico de drogas.

“A interceptação dessas cartas, realizada pela Polícia Penal em parceria com a SSP, foi crucial para o mapeamento das atividades e da hierarquia da organização criminosa”.

Entre os integrantes identificados pela operação, 14 mulheres foram apontadas como participantes ativas da organização criminosa.

Com a prisão de seus companheiros, elas assumiram funções estratégicas, como a transmissão de ordens, movimentações financeiras e cobranças relacionadas ao tráfico de drogas.

“As mulheres têm recebido um protagonismo significativo no tráfico de drogas, agindo como intermediárias entre os líderes presos e as operações externas”.

“Além disso, realizam a parte financeira e logística, consolidando suas participações nesse esquema criminoso”, explicou o diretor da DRACCO, delegado Igor Diego.

Maceió e Rio Largo

Igor Diego também destacou que os crimes praticados pela organização estavam concentrados principalmente no bairro do Bom Parto, em Maceió, e na cidade de Rio Largo, mas houve uma tentativa de expansão para o interior do estado.

Essa movimentação gerou uma disputa violenta por território, resultando em homicídios ligados ao tráfico.

Em Rio Largo, vários assassinatos recentes foram atribuídos à organização criminosa, agora desarticulada.

“As investigações revelaram que o grupo criminoso movimentava cerca de R$ 150 mil por mês apenas com a venda de drogas, embora o valor real possa ser ainda maior. O impacto financeiro evidencia a complexidade e a estrutura da organização”, disse.

O subcomandante da Polícia Militar, coronel Neyvaldo Amorim, enfatizou a importância da desarticulação de uma organização criminosa deste porte para a segurança pública.

A SSP reforça a importância da participação popular no combate ao crime. Denúncias podem ser realizadas anonimamente pelo Disque Denúncia 181, com garantia de sigilo absoluto.

Com informações — Rafael Maynart / ASCOM SSP

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