O dia mais longo do ano

A gente pode não perceber; mas, desde a antiguidade o fenômeno é acompanhado, estudado e motiva crenças
O fenômeno, didaticamente, e uma das mais antigas formas de acompanhar as alterações: solstício de verão, também conhecido como solstício estival, se dá quando um dos polos da Terra tem sua inclinação máxima em direção ao sol e ocorre duas vezes no ano, uma em cada hemisfério; Stonehenge, na Inglaterra, mescla de oráculos e observatório. (Foto: reprodução)

O solstício de verão é um evento astronômico em que a Terra recebe a maior quantidade de raios solares e são, consequentemente, o dia mais longo e a noite mais curta do ano.

Esse momento marca o início do verão, a estação mais quente.

Isso ocorre porque a Terra atinge uma inclinação de aproximadamente 23,5º em relação ao Sol e recebe os raios solares diretamente sobre a linha dos trópicos.

O solstício de verão em 2023 ocorre no dia 22 de dezembro às 00h27 (horário de Brasília).

O que é o Solstício?

O significado de solstício tem origem nos termos latinos sol e sistere, que podem ser traduzidos como a “parada do Sol”.

Pela posição do astro, tem-se a impressão de que ele para de movimentar-se no céu.

O solstício ocorre duas vezes durante o ano, em junho e em dezembro, e marca o início do verão em cada um dos hemisférios.

Esse evento astronômico ocorre de acordo com os movimentos de rotação e translação. A rotação é o giro que o planeta realiza em seu próprio eixo e a translação representa o movimento da Terra ao redor do Sol.

O solstício de verão ocorre quando o Sol assume sua máxima declinação relativa à Terra e incide perpendicularmente sobre o Trópico de Capricórnio (hemisfério sul) ou o Trópico de Câncer (hemisfério norte).

Solstício de Verão

Imagem representativa do solstício de verão no hemisfério sul

No hemisfério sul, o solstício de verão ocorre no mês de dezembro, entre os dias 21 e 22. O contrário ocorre no hemisfério norte, o solstício de dezembro, quando o solstício dá início ao período do inverno.

O solstício de inverno, em junho, marca o exato oposto: inverno no hemisfério sul. Nesse período, por conta da inclinação do eixo terrestre em relação ao Sol, é menor a incidência de raios de sol no hemisfério sul.

Graças às observações e a constância no movimento de astros, é possível prever, com precisão, horário em que fenômenos alcançarão o ápice. (Foto: reprodução)

O solstício de inverno é responsável pela noite mais longa do ano. Durante esse evento, que marca o primeiro dia do inverno, o Sol assume a sua mínima declinação de todo o ano e a partir desse dia, as noites ficam cada vez mais curtas até o próximo solstício.

Diferença entre Solstício e Equinócio

Enquanto durante o solstício o sol encontra-se perpendicular aos trópicos, no equinócio, os raios solares incidem diretamente sobre a Linha do Equador.

A exemplo do solstício, o equinócio é um evento astronômico que marca também um período de mudança de estação: outono e primavera. O equinócio também é caracterizado pelo dia e a noite com a mesma duração.

Aqui no Brasil (hemisfério sul), o equinócio de outono ocorre em março. Nesse período, o Sol se movimenta exatamente no Equador Celeste, percorrendo todas as constelações do zodíaco.

Já o equinócio de primavera ocorre no mês de setembro no hemisfério sul e marca o início da primavera.

Esses eventos astronômicos são muito representativos para a astrologia e culturas mais antigas que relacionam as atividades humanas em sua interação com a natureza.

O Solstício de Verão e os rituais místicos

Ao longo da história, muitas foram as culturas e religiões ligadas às forças da natureza. Para essas culturas, os solstícios assumem uma forte simbologia por se tratar de períodos que a presença do Sol aumenta ou diminui.

Para religião pagã wicca, por exemplo, o solstício representa o apogeu do Sol e de seu poder em união com a natureza. As árvores, flores e demais plantas mostram seu maior vigor.

Após a celebração do solstício, o Deus entra em declínio. Do mesmo modo, o Sol passa, gradativamente, a ocupar menos tempo no céu e as noites ficam mais longas.

Revisão – Vinícius Marques, professor de Geografia

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