Entre 2014 e 2016, o número de pesquisadores ligados a grupos de pesquisa oficiais nas instituições de ensino superior em Alagoas subiu de 2.291 para 2.743, ou seja, 452 a mais em 2 anos, num crescimento de aproximadamente 20%.
Os dados foram publicados pela agência oficial de notícias do Estado, no último sábado (15), quando foi, segundo a postagem, comemorado “pela segunda vez, o Dia Estadual do Pesquisador Científico”.
“E há motivo o suficiente para justificar a comemoração, de acordo com os dados do censo mais recente feito pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)”, acrescenta a página oficial, ao citar a instituição do dia comemorativo – aniversário de nascimento de um dos mais renomados nomes de Alagoas no âmbito da ciência, pesquisa e desenvolvimento científico: a médica psiquiatra Nise da Silveira.
O governo do Estado instituiu ainda o ano de 2025 como o de comemoração pelos 120 anos de nascimento da médica: o ano letivo nas escolas da rede estadual será dedicado ao tema e o lançamento de um calendário de atividades foi lançamento pelo governador em exercício, Ronaldo Lessa na última sexta (14), véspera do aniversário de nascimento da médica, que se notabilizou por sua luta em defesa do tratamento humanizado de pessoas com transtornos mentais.
Índices
Já entre 2016 e 2023 o salto foi de 2.743 para 10.736, impressionantes 291%, contando-se 7.993 pesquisadores a mais, em seis anos.
A média de crescimento nacional entre 2016 e 2020 foi de 24%.
Quanto a pessoas com doutorado, o estado possuía 1.364 em 2014, 1.631 em 2016 e 7.444 em 2023.
O crescimento no último extrato é de 356%.
Decisão política
O professor Fábio Guedes, que preside a Fapeal desde janeiro de 2015, comenta o resultado.
“As políticas públicas de CT&I de Alagoas têm se destacado na última década”, disse.
Ele afirma que o avanço é resultado de uma decisão política no nível governamental, aliada a planejamento estratégico, à garantia de recursos financeiros, a um ambiente institucional favorável e à atuação de equipes altamente qualificadas, tanto na Fapeal quanto na Secti.
“O governador Paulo Dantas tem dado prioridade à área e se mostra plenamente satisfeito com os resultados alcançados em seu governo no campo da ciência, tecnologia e inovação”.
“Por esses motivos, acreditamos que investir nessas áreas é um caminho sem volta”.
“Então, parabéns aos pesquisadores e pesquisadoras por saberem explorar tão bem o momento que Alagoas passa”, comemorou o gestor.
A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) contava com 352 grupos de pesquisa registrados no CNPq em 2024.
Em 2023, o número havia subido para 428, refletindo o apoio aos programas de pós-graduação no estado, públicos e privados, compostos por cursos de mestrado e doutorado.
Os resultados são ainda mais significativos quando se fala nas universidades estaduais.
A Uneal saiu de 29 grupos de pesquisa em 2014 para 89 em 2023. Enquanto isso, a Uncisal evoluiu de 12 para 34 grupos de pesquisa oficiais, no mesmo período.
Ao todo, o número de grupos de pesquisa no Ensino Superior Público Estadual em Alagoas evoluiu de 41 para 183.
Impacto
O fortalecimento da ciência em Alagoas tem um impacto visível inclusive no mundo dos negócios e empreendedorismo.
O estado teve o melhor desempenho do Nordeste quanto ao investimento para inovação, passando da última posição do país em 2014 para o 21º lugar em 2024, de acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
“Com o crescimento expressivo do número de pesquisadores e doutores, nosso estado passou a gerar mais inovação, impulsionando empresas e startups”, observa a coordenadora científica de projetos especiais e inovação da Fapeal, Juliana Khalili.
Ela avalia que investimento do governo estadual, por meio da Fapeal e da Secti, tem sido fundamental para essa evolução, viabilizando programas estratégicos que incentivam a pesquisa aplicada e o desenvolvimento tecnológico.
“Startups e pequenas empresas inovadoras estão sendo diretamente beneficiadas, fortalecendo um ecossistema empreendedor cada vez mais dinâmico e competitivo”.
“O que antes era apenas teoria, agora se transforma em produtos, serviços e crescimento econômico real”, disse Juliana.
“Estamos construindo um ambiente onde ciência e negócios caminham lado a lado, impulsionando o desenvolvimento econômico e social do estado.
O conhecimento está gerando impacto.
E, se continuarmos investindo na ciência, Alagoas não será apenas um estado inovador – poderá se firmar como um polo de referência para todo o país”, acrescentou.
Mudança de cultura
O número total de instituições que possuem grupos de pesquisa listados no diretório do CNPq, em Alagoas, subiu de 8 em 2014 para 34 em 2023, passando a incluir também os setores governamentais estadual (7) e federal (4), os setores empresariais públicos federais (3), estadual (1) e outras instituições privadas sem fins lucrativos (1).
Em 2016 não havia nenhum grupo de pesquisa registrado no Setor Governamental Público Estadual.
O aumento para 7 tem a ver com ações intencionais da Fapeal no sentido de induzir a academia a pensar, também, soluções para o executivo estadual.
A Fapeal é órgão vinculado à Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti). Em 2023, o governador Paulo Dantas destinou R$ 200 milhões de investimentos para a área.
Até setembro de 2024, mais de R$ 61,5 milhões já tinham sido direcionados a ações públicas da Secti e Fapeal.
Os dados do CNPq, para filtragem por região e estado estão disponíveis neste link.
Naísia Xavier / Ascom Fapeal