No Dia da Mulher, Dilma diz que “misoginia foi pano de fundo” do golpe de 2016

"Misoginia é repulsa do patriarcalismo às mulheres que ousam sair de suas esferas – e extrema direita tem ódio de tudo que é diferente", declarou
Dilma Rousseff: "a misoginia representa a repulsa do patriarcalismo face às mulheres que ousam sair de suas esferas; e a extrema direita critica e tem ódio de tudo o que é diferente", declarou. (Foto: reprodução / CGTN)

A ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do Banco dos BRICS, afirmou nesta sexta-feira (08), Dia Internacional da Mulher, que “o preconceito e a misoginia constituíram um pano de fundo” para o golpe que a tirou da Presidência da República em 2016.

“A misoginia representa a repulsa do patriarcalismo face às mulheres que ousam sair de suas esferas”, disse.

“E a extrema direita critica e tem ódio de tudo o que é diferente”, acrescentou.

“No golpe contra mim em 2016, o preconceito e a misoginia constituíram um pano de fundo para a destituição da única mulher eleita presidente”.

Isso levou a uma total perda de direitos”, disse Dilma na conferência “Em 2024, uma mulher = um homem? Uma questão de poder”, realizada em Paris.

Segundo a RFI (Rádio França Internacional – responsável pela entrevista com a ex-presidente), ela também destacou o papel das fake news e do que chamou de “manipulação midiática” que teve de enfrentar em seu governo.

Segundo Dilma, o uso dessas ferramentas “se tornou instrumento privilegiado a serviço da misoginia”.

Atualmente à frente do Banco dos BRICS, Dilma também ressaltou a importância de reduzir as desigualdades, não apenas de gênero, mas também sociais.

“Sem reconhecer os direitos das mulheres, os direitos não são humanos”.

“É sobre a mulher negra e indígena que recai a maior desigualdade na América Latina”, enfatizou.

“Para que a política de combate à desigualdade seja efetiva, ela precisa focar nas mulheres, nos negros e nos indígenas”, disse.

“Nos países do Sul global, a pobreza tem a face da mulher”.

“No Basil, para superar a pobreza e a exclusão, é preciso colocar foco prioritário nas mulheres, na igualdade de gênero e social”.

“Não é possível fazer política social sem foco nas mulheres”, ressaltou.

Brasil 247 — citando RFI (Rádio França Internacional)

Leia também