Moradores do bairro de Bebedouro podem ser novamente ouvidos pelas instituições que formalizaram o acordo do Projeto Integração Urbana e Desenvolvimento dos Flexais.
A proposta foi debatida em audiência concedida pelo chefe do MPE, procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, que recebeu, na tarde desta quarta-feira (16), representantes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem.
O acordo de integração já foi fechado, mas, a comunidade questiona vários pontos e se diz prejudicada, entre outras questões porque acabou ilhada, numa ocorrência que denominaram de ilhamento social.
Como o acesso mais próximo à região central de Maceió é pelo vizinho bairro do Pinheiro, bem como pela avenida Cícero de Góes Monteiro, o fechamento desta última, e da maioria dos corredores de trânsito no primeiro, criaram dificuldades para sair da comunidade e voltar, bem como a prestação de serviços e até o abastecimento comercial.
Um dos meios mais utilizados pela comunidade para acessar a região do comércio e mercado, por exemplo, a via férrea, foi interrompida, assim como todo o fluxo pela avenida Cícero de Góes Monteiro, que interligava, a partir da praça dos Martírios, os bairros do Bom Parto ao Mutange e Bebedouro e, destes, pelas ladeiras adjacentes, servia como escape à Fernandes Lima para chegar a uma parte do Farol, Pinheiro e até à Gruta.
O grupo recebido nesta quarta-feira pelo PGJ pediu a intervenção da chefia do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) para que as demandas sejam encaminhadas.
A chefia do MPAL se comprometeu a promover essa interlocução.
Durante o encontro, os representantes do Movimento explicaram que parte das famílias que residem na região dos Flexais deseja permanecer na área, enquanto outra parcela pleiteia a mudança.
“A comunidade pediu para ser ouvida mais uma vez, para que possa colocar em mesa as suas reivindicações, independentemente das ações que já estão sendo executadas no projeto de integração”.
“Ter uma escuta ativa para o cidadão é papel do Ministério Público, então, por meio da nossa força-tarefa, faremos tratativas para que esse novo encontro aconteça em breve”, informou Lean Araújo.
Cássio de Araújo Silva, coordenador-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem, explicou que a comunidade deseja ter novamente poder de fala para que seja reavaliada a possibilidade de realocação de quem deseja sair do bairro:
“O que desejamos é um novo diálogo, uma vez que a área que está sendo revitalizada se encontra em ilhamento social”.
“Uma nova rodada de conversação será muito importante para os moradores”, disse ele.
O procurador-geral de Justiça, Lean Araújo, comprometeu-se em acionar a força-tarefa do MPAL, criada especialmente para discutir a problemática envolvendo o afundamento do solo causado em decorrência da exploração da mineração da Braskem, para que essa reunião envolvendo várias instituições possa ser realizada.
Com informações — Notícias MPAL