Diversas lideranças do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) lamentaram a morte da empresária Mailda de Farias Santos, aos 43 anos.
O MUVB reúne empresários de diversos setores, lideranças comunitárias e integrantes de localidades de cada um dos bairros afetados pela mineradora – a exemplo de grupos de amigos – e se mobiliza para garantir que sejam atendidos os mínimos direitos considerados legítimos para os afetados.
A empresária morreu na última quinta-feira (20), aos 43 anos.
Proprietária da Pizzaria Água na Boca, no bairro do Pinheiro, era casada com Henrique Oliveira, com quem teve dois filhos, Pedrinho, de 7 anos, e Bia, de 15 anos.
Mailda de Farias começou a sofrer após perder a empresa e a casa no bairro do Pinheiro, sendo forçada a fazer um “acordo” que não possibilitou reconstruir sua vida.
O passivo trabalhista, que deveria ter sido assumido pela Braskem, ficou apenas para ela e o marido, e eles não tiveram condições de assumir esse encargo.
O coordenador do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Cassio Araújo, falou a respeito da vida e do trabalho de Mailda de Farias.
“Hoje, May partiu, juntando-se às estrelas do céu para ser mais uma luz a iluminar nossas vidas com seu exemplo de dignidade, luta e firmeza”.
“Ela estava com vários problemas de saúde”.
“Mas o grande problema mesmo foi a Braskem, que tirou a empresa dela, a casa dela, e forçou um acordo que não permitiu a reconstrução de sua vida, pois, foi muito desvantajoso”.
“O passivo trabalhista, que deveria ter sido assumido pela Braskem, ficou só para ela, que não teve condições de honrar”.
“Com isso, ela teve de fechar uma nova empresa que abriu, mas, não teve condições de prosseguir”.
Segundo ele, tudo isso a angustiou muito, e dessa angústia vieram os problemas de saúde, que se agravaram.
“A May foi e é uma guerreira!”
“Que a garra e a combatividade dela nos inspirem neste momento difícil e que prossigamos na nossa luta contra as injustiças praticadas contra cada um de nós!”, enfatizou.
“A May, e seu exemplo, vive e viverá nas lembranças de cada um de nós!”, dedicou Araújo.
“Os problemas provocados pela mineradora Braskem causaram angústia e, como consequência, agravaram os problemas de saúde”, relata a bióloga Neirevane Nunes, também uma das lideranças do MUVB:
“Ela sempre dizia: ‘Não pode haver paz se não tiver justiça para as vítimas da Braskem’”, relembra Neirivane.
“Mesmo doente, não deixou a luta por nenhum momento, parava o trânsito para o povo tomar conta da rua e gritar por justiça”.
“De um coração imenso, sempre se preocupava com todos, uma guerreira incansável contra os abusos da Braskem”.
“Seu legado ficará como combustível de luta para nós!”, enfatizou.
“Mailda Presente! May, como era conhecida, foi uma das lideranças do MUVB, um símbolo da força e resistência das mulheres vítimas da mineradora”.
“O crime da Braskem tirou a vida de nossa irmã, amiga e companheira”.
“May partiu, juntando-se às estrelas do céu para ser mais uma luz a iluminar nossas vidas com seu exemplo de dignidade, luta e firmeza”.
Com informações de 082Notícias