“Ela chegou a me passar 1.300 mensagens em um dia”.
“E mais de 500 ligações num único dia”.
“Eu troquei de número de celular umas três ou quatro vezes, mas parei de trocar porque vi que era totalmente inútil”.
“Ela tinha uma facilidade incrível em achar meu número novo”.
As palavras são de um médico, vítima de stalking por Kawara Welch, de 23 anos.
A jovem, que se diz artista plástica nas redes sociais, foi presa no início de maio acusada por crime de stalking contra um médico de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, que fica cerca 672 km de Belo Horizonte.
A história se passa na cidade desde quando Kawara Welch começou a alimentar uma obsessão pelo médico, na expectativa de ter um relacionamento amoroso com ele.
A história, foi contada pelo Fantástico, da TV Globo.
O caso, é bem parecido com a história que deu origem a série da Netflix “Bebê Rena”, inspirada em um caso real, onde um comediante é perseguido e assediado por uma admiradora, chamada Martha Scott.
No caso da série, a mulher o perseguiu por quatro anos. Mensagens, presentes e perseguições foram feitas, caso parecido com o que aconteceu em Minas Gerais.
Mas afinal de contas, o que é o crime de ‘stalking”? De acordo com a lei 14. 132 de 31 de março do art. 147-A ao Código Penal, o crime de perseguição – Sralking – é quando uma pessoa persegue alguém, por qualquer meio, seja por mensagens ou pessoalmente.
A pena, varia de seis meses a dois anos de prisão, além de multa.
No caso de Kawara, a história começou quando o médico a acusou de persegui-lo desde 2019.
Na reportagem, ele preferiu não se identificar.
Eles se conheceram em 2018, quando segundo o médico, a jovem relatou problemas de depressão em um dos atendimentos.
Mais duas consultas foram feitas e a partir daí, ela procurou a clínica onde ele trabalha e foi quando tudo começou.
“Ela teve acesso ao meu celular e começou a passar mensagens e fotos perturbadoras mesmo, amarrando lençol, corda no pescoço, se despedia de mim”.
“Eu entrei em pânico”, conta ele.
Conforme o médico, foi aí que Kawara passou a mandar mensagens em tom de ameaça e ele decidiu parar de atendê-la na clínica, mas a jovem insistiu.
Durante a insistência, a mulher procurava por ele em plantões em um hospital particular no qual ele atende.
Porém, ele passou a evitá-la e pedir para que outros profissionais a atendesse.
Ele contou, também, que não imaginava que a situação iria se agravar.
Porém, em determinado momento, foram mais de 1.300 mensagens por dia.
“Ela chegou a me passar 1.300 mensagens em um dia”.
“E mais de 500 ligações num único dia”.
“Eu troquei de número de celular umas três ou quatro vezes, mas parei de trocar porque vi que era totalmente inútil.
“Ela tinha uma facilidade incrível em achar meu número novo”, afirma o médico, em entrevista ao Fantástico.
A jovem também fez ligações insistentes para a mulher do médico e para o filho dela, também.
Ele alega que a mulher o perseguiu pelas ruas, quando chegava ao trabalho e em um congresso de medicina. Ele conta que em 2022, Kawara invadiu o consultório onde uma paciente era atendida, e houve troca de agressões com a mulher dele. Um ano depois, mais um ataque no mesmo local, com xingamentos e até acusação de roubo.
Prisão de Kawara
Kawara Welch, de 23 anos, já tinha sido presa em flagrante, mas no caso ficou apenas uma semana detida.
Ela chegou a pagar uma fiança de R$ 3,5 mil e respondeu por um processo em liberdade.
Porém, em março de 2023, a Justiça determinou a prisão preventiva da jovem, por volta a descumprir as medidas cautelares.
A jovem, que se diz artista plástica nas redes sociais, foi presa no início de maio acusada por crime de stalking contra um médico de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro.
Kawara chegou a ficar mais de um ano foragida até ser presa na semana passada, em uma faculdade em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde estudava nutrição.
O advogado de Kawara afirma que houve um envolvimento entre ela e o médico.
Ele nega que tenha mantido qualquer relacionamento com ela.
Já o médico e sua esposa, alegam que estão em tratamento para controlar o pânico.
Talyssa Lima