Médico indiciado em morte do paciente após cirurgia no olho no HGE

Polícia Civil vai interrogar três integrantes da equipe médica que participaram da cirurgia
Bisturi elétrico usado em cirurgia: paciente oncológico chegou a ficar internado na ala de queimados, mas não resistiu; Polícia Civil vai interrogar três integrantes da equipe médica que participaram da cirurgia. (Foto: reprodução)

A Polícia Civil indiciou um médico do Hospital Geral do Estado (HGE) pela morte do idoso que sofreu queimaduras durante uma cirurgia no olho em Maceió.

Em entrevista ao vivo no AL1 desta terça-feira (23), o delegado Waldor Coimbra Lou informou que o cirurgião vai responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

“Ele estava inserido no crime de imperícia médica por lesão corporal grave, mas devido ao falecimento do senhor Cícero, o quadro mudou”, disse o delegado.

“Vamos ouvir mais três integrantes da equipe, duas estudantes de medicina que fazem residência no HGE e a anestesista”, disse o delegado que investiga o caso.

Embora esteja confirmado o indiciamento do médico, o inquérito deve ser concluído e remetido à Justiça até o dia 2 de maio.

O interrogatório do médico durou uma hora e meia.

Segundo o delegado, o médico não assumiu que houve imperícia e afirmou que o uso de éter, apontado como causador das queimaduras, era um procedimento padrão nas cirurgias.

“Ele não confessou imperícia nem imprudência”.

“Ele disse que usou o éter, álcool e um outro componente químico para fazer a assepsia”.

“Ele falou que na medicina se usa isso, mas ele não sabia se o paciente já tinha colocado o éter quando deu entrada na recepção”, explicou.

O paciente, de 71 anos, deu entrada no HGE no dia 26 de março com um problema no olho decorrente de um câncer na cabeça.

Por indicação médica, o idoso foi encaminhado para uma cirurgia.

A vítima sofreu queimaduras durante o procedimento feito com bisturi elétrico.

Vivi Leão, Silas Emanuel — G1/AL e TV Gazeta

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