A médica Claudia Soares Alves, que sequestrou a recém-nascida Isabela, apenas três horas após ela nascer na noite da última terça-feira (23), no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), foi aprovada em primeiro lugar no concurso público para se tornar professora da instituição.
Claudia foi aprovada com 461,99 pontos em meio a ampla concorrência. Segundo a assessoria de comunicação da UFU, ela atuava há três meses no hospital.
A Justiça de Goiás decidiu manter a mulher presa.
A informação foi confirmada à Itatiaia (responsável por esta reportagem) pelo delegado Marcos Tadeu, que investiga o crime.
Em audiência de custódia realizada na última quinta-feira (25), o Tribunal de Justiça de Goiás converteu a prisão em flagrante para prisão preventiva.
Cláudia Soares Alves responde pelo crime de sequestro qualificado.
Se condenada, ela pode pegar até oito anos de prisão.
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Claudia é formada em medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba, em 2004.
Na página do Conselho Federal de Medicina (CFM), consta que a médica está cadastrada na especialidade de neurologia e clínica médica.
Após raptar a bebê na madruga de quarta-feira (24), a médica a levou para Itumbiara (GO), cidade a 134 quilômetros de Uberlândia.
As duas foram encontradas na cidade goiana horas após o crime.
Após efetuarem a prisão da profissional de saúde, os policiais também recuperaram os pertences da criança, que ela também havia roubado, como: roupinhas, sapatos e duas bolsas de maternidade.
O bebê foi atendido por equipes de saúde e levado de volta a Uberlândia para ser devolvida aos pais.
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Médica alegou surto psicótico
Segundo a Polícia Civil, ao ser presa, Cláudia afirmou que estava em surto quando sequestrou a bebê.
“No primeiro momento ela teria falado que não havia feito uso de medicação, entrado em surto psicótico, e por isso teria entrado na maternidade e sequestrado essa criança”, detalhou o delegado Carlos Fernandes.
Após a prisão da médica, os investigadores afirmam que irão apurar mais detalhes sobre o crime.
“Agora que a criança está sã e salva com a família, nós vamos partir para essas questões periféricas: se ela já conhecia a família, se ela tinha algum vínculo com a família, se houve falha na segurança [do hospital], se tinham mais pessoas envolvidas com ela neste episódio”.
“Mas o nosso objetivo primário, felizmente, foi alcançado (o resgate da bebê)”, explicou o delegado Marcos Tadeu.
Talyssa Lima (*Matéria com informações de Larissa Ricci e Fernanda Rodrigues*)