Maré vermelha: algas causam intoxicação em banhistas em PE

Prefeitura de Ipojuca (PE) está monitorando casos e recomenda evitar se aproximar da praia
Fenômeno é recorrente em praias da região: na imagem, de 2018, imprensa local já registrava impactos da ocorrência para balneários pernambucanos. (Foto: reprodução / Diário de Pernambuco)

Três pessoas foram hospitalizadas após serem intoxicadas por algas na praia de Maracaípe, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano da cidade, o fenômeno conhecido como tingui, ou maré vermelha, foi o responsável pelos efeitos.

Esta não é a primeira vez que o fenômeno é notificado na região.

Em 2019, banhistas e surfistas passaram mal e tiveram sintomas como dores de cabeças intensas, febre, inflamações na garganta e enjoos.

Um dos casos foi registrado na última terça-feira (30) e os outros dois aconteceram nessa quarta-feira (31).

Segundo a prefeitura, os pacientes foram atendidos, medicados e liberados.

A gestão, no entanto, não informou nome e idade dos pacientes; também não disse se eram turistas ou moradores da região.

A prefeitura de Ipojuca disse que está monitorando o fenômeno e que, caso identificado, o trecho de praia contaminado pode ser momentaneamente isolado.

A recomendação é evitar se aproximar desses trechos setorizados da praia e tomar o banho de mar, para evitar problemas de saúde.

A gestão municipal também afirmou que a identificação prévia é dificultada por conta das correntezas, que rapidamente dissipam as algas com a movimentação da maré.

Em casos de sintomas muito fortes de náuseas e dores de cabeça, a recomendação é procurar um posto de saúde para receber atendimento médico.

Várias pessoas com sintomas

A reportagem da TV Globo (também responsável pela reportagem) entrevistou algumas pessoas que tiveram dor de cabeça, náusea e, também diarreia após frequentarem a praia de Maracaípe.

Uma delas foi a promotora de eventos Paloma Brasil – que relatou ter participado de uma confraternização no domingo (28), com cerca de 30 pessoas, e todo mundo teve os mesmos sintomas.

“A gente fez uma confraternização na beira da praia e eu fiquei umas três horas aqui na beira da praia, respirando essa maresia; fui dormir e na segunda de manhã eu acordei com dor no corpo, principalmente na lombar, e dor de cabeça, espirrando bastante, com tosse, com falta de ar, febre e diarreia”, contou Paloma.

A publicitária Carla Rafaela disse que ela e a filha pequena tiveram sintomas na terça-feira (30), depois que participou de uma aula de ginástica funcional na praia.

“Foi o treino em torno das 6h30 às 7h. A partir de meio-dia, comecei a ficar arriada, [com] enjoo, febre, corpo mole, dor no corpo. […] Ela [a menina] ficou com um pouquinho de febre e ficou bem chorosa. A gente acha que ela teve dor no corpo também”, disse Carla.

O que diz o Ibama

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), informou que a maré vermelha é um fenômeno “causado pelo crescimento excessivo de microalgas planctônicas que liberam toxinas, principalmente devido ao aumento de temperatura das águas do oceano nesta época do ano”.

“O Ibama segue monitorando o caso e aguarda novos dados e análises temporais do deslocamento dessas manchas de microalgas”, disse.

“Como medida preventiva, é sugerido que seja evitada a entrada na água e a circulação nas praias enquanto ocorrer este fenômeno”, informou o órgão ambiental.

Já a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) realizou uma visita no local na manhã desta quarta para apurar as denúncias.

O G1 (corresponsável por esta reportagem) entrou em contato com o órgão, mas não recebeu resposta até a última atualização.

Fernanda Soares*, Thiago Augustto, G1/PE e TV Globo

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