Lula relaciona tentativa de golpe na Bolívia a interesse por lítio

Presidente brasileiro também confirmou ida ao país no dia 9 de julho
Uma das imagens do golpe da última quarta-feira (26), de blindados forçando entrada na sede do governo, em La Paz: segundo presidente brasileiro, por trás do atentado à democracia, está o interesse nas riquezas do país. (Foto: reprodução)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a tentativa de golpe na Bolívia ontem pode estar relacionada com as reservas de lítio, gás e outros minérios no país.

“A Bolívia é um país que tem muitos interesses internacionais focados lá porque é a maior reserva de lítio do mundo e outros minerais críticos de muita importância, além de ter gás”, declarou.

“É preciso que a gente tenha em mente que tem interesse em dar golpe”, disse Lula em entrevista à Rádio Itatiaia, em entrevista, na última quinta-feira (27).

Chamado de “ouro branco” ou “petróleo do século 21”, o lítio é um dos minerais considerados críticos de importância central para transição energética e para as baterias dos carros elétricos.

Estima-se que 53% do lítio na América Latina esteja concentrado em países como Chile, Bolívia e Argentina.

O presidente Lula confirmou sua ida à Bolívia no dia 9 de julho, onde irá se encontrar com o presidente Luis Arce, em Santa Cruz de la Sierra, e, também, se reunirá com empresários locais.

Lula irá à Bolívia logo após a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que será realizada em Assunção, no Paraguai, nos dias 7 e 8 de julho.

“Vou lá para fortalecer o Luis Arce, para fortalecer a democracia e mostrar para os empresários que é muito importante que se mantenha a Bolívia governada democraticamente”.

“Se não for assim, a Bolívia nem pode entrar no Mercosul.”

Tentativa de golpe

Na última quarta-feira (26), um grupo de soldados do Exército, liderado pelo general Juan José Zúñiga, se reuniu na praça central Plaza Murillo, onde estão localizados o palácio presidencial e o Congresso boliviano.

Com blindados, eles arrombaram uma porta do palácio presidencial, o que permitiu que os soldados entrassem no prédio.

O presidente Luis Arce nomeou novos comandantes para as Forças Armadas, e os soldados acabaram se retirando do local.

Zúñiga e cerca de uma dezena de militares bolivianos acabaram presos.

Sabrina Craide – repórter da Agência Brasil – Brasília; edição: Juliana Andrade

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