Líder do governo na Câmara, José Guimarães propõe reformulação ampla no governo Lula

"Se estivesse tudo bem, Lula teria 80% de aceitação; e não está tudo bem", disse parlamentar, que defende nordestino para lugar de Gleisi Hoffmann
Deputado José Guimarães, líder do governo na Câmara: para quem oposição construiu um Estado paralelo baseado em fake News e que defendeu a reconciliação entre Arthur Lira (PP-AL), e o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). (Foto: reprodução / José Cruz / Agência Brasil)

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), defendeu uma renovação na Esplanada dos Ministérios e uma reestruturação interna do Partido dos Trabalhadores (PT) para enfrentar o avanço do bolsonarismo nas ruas e nas redes sociais. “Toda renovação é bem-vinda.

“É evidente que o presidente é quem define as diretrizes, mas em qualquer governo é necessário evitar a acomodação”.

“Se estivesse tudo bem, Lula teria 80% de aceitação. E não está tudo bem”, afirmou Guimarães ao ser indagado sobre a necessidade de uma reforma ministerial, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.

As declarações do parlamentar foram feitas pouco antes de o governo enfrentar uma série de derrotas na votação dos vetos presidenciais no Congresso Nacional nesta terça-feira (28).

Guimarães destacou a necessidade de reavaliar a estratégia de comunicação do governo, sem necessariamente substituir o titular da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). Segundo ele, o terceiro mandato de Lula “entregou muito”.

No entanto, muitos resultados não são percebidos pela população, pois alguns programas sociais retomados já são vistos como políticas de Estado, não como novas conquistas.

Guimarães refutou a ideia de desgaste para explicar a queda na popularidade do governo.

“Não é desgaste, é a continuidade do que tivemos na eleição”.

“Precisamos avançar, ainda há tempo para reformular muitas coisas”.

“Acredito que podemos reverter essa situação para que Lula alcance um alto índice de aceitação em 2026”, acrescentou.

Ele afirmou que os oposicionistas construíram um Estado paralelo baseado em fake news, dividindo o país.

“O país está dividido, metade de nós e metade deles.”

Ele também defendeu uma reconciliação entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), argumentando que isso traria benefícios tanto para a Câmara quanto para o país.

Guimarães enfatizou que o PT precisa voltar às suas raízes e admitiu a possibilidade de concorrer à presidência do partido no próximo ano, apesar de Lula preferir o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, para suceder Gleisi Hoffmann.

Ele ressaltou a importância de um debate amplo dentro do PT e mencionou que não ouviu Lula apoiar oficialmente Edinho.

Guimarães sugeriu que um nordestino deveria liderar o partido.

“Por que não um nordestino na presidência do PT?”

“Por que não eu?”

“Por que não Humberto [Costa]?”, questionou.

“O Nordeste continua sendo o principal sustentáculo do PT”, destacou.

Ele afirmou que Gleisi Hoffmann deve liderar sua sucessão e reconheceu seu legado.

“Temos que fortalecer a Gleisi. Se algo tivesse dado errado, ela pagaria um preço altíssimo”.

“Não podemos desmoralizá-la, pois ela foi muito corajosa”, disse Guimarães, lembrando que já havia defendido o nome dela para um ministério no governo Lula.

Brasil 247 — citando Folha de S. Paulo

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